Dono da UTC e mais dez acusados na Lava Jato viram réus na Justiça Federal

Os executivos responderão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro
Da Folhapress
Publicado em 16/12/2014 às 16:07
Os executivos responderão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro Foto: Foto: CNJ/Divulgação


A Justiça Federal acolheu nesta terça-feira (16) a denúncia do Ministério Público Federal contra outros 11 acusados na Operação Lava Jato, dentre os quais Ricardo Ribeiro Pessoa, sócio-proprietário da UTC Engenharia e apontado por delatores como o "coordenador" das reuniões do suposto cartel que atuava em contratos com a Petrobras.

A decisão assinada pelo juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, transformou em réus executivos das empreiteiras UTC e Mendes Júnior, além de pessoas ligadas ao doleiro Alberto Youssef. Eles responderão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A abertura da ação é o primeiro passo do processo, durante o qual os acusados poderão apresentar suas defesas e a Justiça ouvirá réus e testemunhas.

Da Mendes Júnior, constam da lista acolhida pela Justiça Sergio Cunha Mendes, vice-presidente executivo, Ângelo Mendes, vice-presidente corporativo, Rogério Cunha de Oliveira, diretor de Óleo e Gás, Alberto Vilaça Gomes, administrador do consórcio Mendes Júnior-MPG-SOG, e José Humberto Resende, representante da Mendes Júnior no mesmo consórcio.

A denúncia acolhida por Moro lista outros dois nomes da UTC, além de Pessoa. São eles: João de Teive Argollo, sócio-proprietário, e Sandra Raphael Guimarães, responsável pela operacionalização dos pagamentos entre a UTC e a GFD, empresa de Alberto Youssef.

Também viraram réus Antonio Carlos Fioravante Brasil Pieruccini e João Procópio, ambos empresários ligados a Youssef, e Mário Lúcio de Oliveira.

Outros cinco nomes listados pelo Ministério Público e acolhidos pela Justiça nesta terça já haviam virado réus em consequência de outras denúncias: Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Waldomiro de Oliveira, apontado como laranja do doleiro, Carlos Alberto Costa, advogado, Enivaldo Quadrado, doleiro e operador do mercado de capitais, e o próprio Alberto Youssef.

Até aqui, o juiz Sergio Moro já acolheu denúncias contra 30 acusados de participação no esquema investigado na sétima fase da Lava Jato, deflagrada no dia 14 de novembro e denominada Juízo Final, que teve por foco os empreiteiros que mantêm contratos com a Petrobras.

Restam pelo menos duas denúncias a serem avaliadas: contra empreiteiros da empresa Camargo Corrêa e contra o lobista Fernando Soares e Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras.

Uma outra ação já foi anunciada pelo Ministério Público mas ainda não foi formalizada, que tem como alvo o ex-diretor de Serviços Renato de Souza Duque.

Em depoimento prestado à Polícia Federal, o dono da UTC, Ricardo Pessoa, negou qualquer irregularidade na sua relação comercial com o doleiro Youssef. Sérgio Mendes, em depoimento à PF, disse que se viu forçado a pagar "comissões" no valor de R$ 8 milhões para manter ou fechar novos contratos na Petrobras.

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