'Alopragem que foi desmoralizada', diz Cunha sobre seu nome na Lava Jato

A fala ocorre um dia após a defesa do doleiro Alberto Yousseff dizer que seu cliente não teve negócios com o peemedebista
Da Folhapress
Publicado em 13/01/2015 às 15:54


O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), afirmou que seu envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras foi uma "alopragem que foi desmoralizada".

A fala ocorre um dia após a defesa do doleiro Alberto Yousseff dizer que seu cliente não teve negócios com o peemedebista e que vai enviar uma petição nos próximos dias à Justiça informando que ele não determinou a entrega de dinheiro para o congressista.

A Folha de S.Paulo revelou na semana passada que o entregador de dinheiro de Youssef, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, afirmou que o doleiro teria lhe mandado entregar dinheiro numa casa que seria do deputado. Ele seria citado na delação premiada de Yousseff, segundo pessoas que acompanham as investigações da Operação Lava Jato.

O Ministério Público Federal pedirá ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que um inquérito seja aberto para apurar se Cunha teve participação no esquema. Cunha sustenta que é alvo de uma montagem política para prejudicar sua candidatura ao comando da Câmara.

"No primeiro momento, [essa acusação] foi desmoralizada por si mesma porque os endereços [da entrega do dinheiro] não diziam [respeito] a mim. Depois, teve [notícia de] que era citado na própria delação. Agora, o advogado desmentiu isso. Eu diria que isso é uma alopragem que foi desmoralizada", afirmou o deputado.

"Tentaram criar um constrangimento para minha candidatura através de denúncias falsas, vazias, com intuito de beneficiar outras candidaturas. Foi um tiro na água, e de festim."

Cunha não quis apontar os responsáveis pelo que chamou de alopragem. "Eu não faço com o outro aquilo que eu não gostaria que tivesse comigo. Eu não atribuo culpa a ninguém sem provas. Alguns tentam me atribuir coisas sem provar, não vou comentar com os outros o erro. Tratou-se de uma alopragem."

Segundo o líder, seu suposto envolvimento ampliou sua candidatura. "A reação é positiva. Só encontro solidariedade e revolta. Eu acho que ganhei muitos votos com essa denúncia vazia."

Cunha afirmou que vai tomar medidas contra quem o envolveu no escândalo. "Não quero misturar o processo eleitoral com as atitudes que vou tomar. Pode ter certeza que não vou deixar esse assunto barato. Vou buscar os responsáveis por essas alopragens estejam onde estiverem."

 

HEGEMONIA

Cunha deve concluir na próxima segunda as viagens que fez aos Estados em busca de votos. Ele geralmente encontra governadores e representantes da bancada. -e promete rodar os 26 Estados e o Distrito Federal.

Até agora, Cunha tem apoio do Solidariedade, DEM, PRB e PTB. Ele, no entanto, diz que sua base é mais ampla e que só vai anunciar todos os apoios no dia da eleição, 1º de fevereiro, por estratégia. "Agora é hora do jogo do esconde."

Ele disse que não está preocupado com pressão do Planalto sob a base governista. O peemedebista afirmou que há um clima na Casa de evitar a hegemonia do PT.

"Acho que o PT se isolou na Casa. Os deputados não querem no Legislativo a hegemonia que o PT tem no Executivo. Isso fica claro em todas as conversas. Não adianta o PT vender agora que é independente, ele não vai convencer que não é submisso ao governo", afirmou.

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