O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, vai entregar nesta quarta-feira (28) à presidenta Dilma Rousseff, em Brasília, um plano para reduzir as consequências da estiagem no Estado. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com o governo estadual, o trabalho foi feito por técnicos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e da Secretaria de Estado do Ambiente. "Vou me encontrar com a presidenta Dilma para discutirmos ações e projetos de combate à seca", disse Pezão.
O governador vai mostrar também à presidenta um programa de reflorestamento das margens dos rios Paraíba do Sul e Guandu e o projeto de saneamento da região metropolitana do Rio. Durante o lançamento, nesta segunda (26), do Programa Rio Emergencial Rural, em Italva, noroeste do Estado, o governador disse que algumas cidades podem ser prejudicadas se a estiagem continuar.
O Programa Rio Emergencial Rural, composto de ações que vão beneficiar cerca de 13 mil pequenos produtores rurais atingidos pela estiagem, vai ter investimento de R$ 23 milhões do governo do Estado e R$ 30 milhões do Banco Mundial (Bird), por meio do Programa Rio Rural, nas regiões norte e noroeste, além de estender o auxílio a agricultores familiares de São Sebastião do Alto, Cantagalo e Trajano de Moraes, cidades da região serrana.
Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Christino Áureo, entre as ações incluídas no plano, haverá a perfuração de poços artesianos para uso coletivo. Os recursos serão aplicados, também, em sistemas de nutrição para os rebanhos, que, na estiagem, sofrem com a falta de pasto.
O secretário disse que alguns poços estão em fase de outorga, e os técnicos vão começar também a fazer a prospecção dos melhores mananciais. Enquanto isso, a secretaria começa a trabalhar, esta semana, na recuperação de açudes, o que pode ser feito em prazo mais rápido. "Os poços precisam de um processo de licitação ou de concorrência, que está sendo ajustado com o Banco Mundial. Acredito que em 30 dias nós já tenhamos ações com equipamentos nas áreas de açudes e [tenhamos] os poços artesianos para servir às comunidades rurais e às propriedades em mais 30 ou 40 dias", informou.
A estimativa é a construção de 100 poços, número que pode ser aumentado, caso a estiagem se torne mais grave. "Se nós não tivermos nenhum alívio em fevereiro, que parece que vai ser um mês seco de acordo com as previsões, se março e abril não compensarem isso, evidentemente, que, ao longo do ano, teremos que rever para cima os investimentos nesta área", esclareceu.
Áureo informou que o Estado vai encaminhar um ofício ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal pedindo a prorrogação dos financiamentos rurais de investimento e custeio das duas instituições financeiras, assim como das linhas de créditos que contam com recursos estaduais. "[A estiagem] já está afetando a capacidade de pagamento dos produtores. Muitos produtores, numa época dessa, não precisariam comprar insumos para a alimentação do gado de leite, por exemplo, mas já estão há três ou quatro meses com essa despesa adicional e dependem de repactuação dos seus empréstimos até ganharem capacidade de pagamento para repor estes valores", explicou.
A secretaria de Agricultura informou que, para receber os benefícios, os proprietários terão que adotar práticas indicadas pelo Programa Rio Rural, que promove a agricultura sustentável em 350 microbacias do Estado. O programa começou a funcionar em 2008, e, com o apoio de recursos do Bird, entre outras ações, houve a preservação de nascentes, o replantio de matas ciliares e ações de manejo sustentável.