BRASÍLIA, DF - A oposição decidiu que vai recolher assinaturas a partir da próxima semana, quando o Congresso volta das férias, para tentar criar quatro CPIs contra o governo Dilma Rousseff. Além da nova CPI para tratar do escândalo da Petrobras, PSDB, DEM e PPS querem instalar comissões para investigar o setor elétrico, os fundos de pensão e os financiamentos do BNDES. A linha de atuação foi definida em reunião, nesta quinta-feira (29), entre os líderes das bancadas de deputados federais do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), e do DEM, Mendonça Filho (PE).
Para que uma CPI seja instalada são necessárias as assinaturas de pelo menos 171 dos 513 deputados. Além disso, o presidente da Câmara pode barrar seu funcionamento caso avalie não haver o chamado "fato determinado" que justifique a investigação. Como tem maioria no Congresso, o governo Dilma pode conseguir evitar essas novas CPIs, mas terá que contornar rebeliões em sua própria base, entre elas a do PMDB, que já declarou que apoiará a nova CPI da Petrobras.
De acordo com Imbassahy, a justificativa para a CPI do setor elétrico são os apagões e a política para a definição das tarifas de energia. "Dilma foi a principal gestora do setor nos últimos anos", afirmou, lembrando que a presidente foi ministra de Minas e Energia no início do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Sobre o BNDES, a oposição mira empréstimos feitos, entre outros, a grandes financiadores políticos, principalmente o grupo JBS, campeão em doações a candidatos nas últimas eleições. A oposição também acusa o governo de usar os fundos de pensão das estatais para fins político-partidários.