O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu hoje (10) a atuação da Ministério Público Federal (MPF) nas investigações da Operação Lava Jato. Durante sessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CMNP), Janot disse que seu gabinete está aberto ao diálogo institucional, mas isso não significa que suas decisões possam ser sofrer influências.
"Nunca deixei de receber quem quer que seja para conversar assuntos instituicionais e profissionais. Isso não quer dizer que o diálogo possa, de alguma forma, contaminar minhas decisões. Minhas decisões são tomadas por mim com a responsabilidade que o cargo me impõe. Se as portas do meu gabinete estão, como sempre estiveram, abertas para o diálogo com quem quer que seja , ressalto que a porta da minha consciência somente se abre para a Constituição e as leis, a quem jurei respeitar e fazer cumprir", disse Janot.
O procurador também defendeu o trabalho do Ministério Público Federal (MPF) na condução das investigações da Operação Lava Jato. Janot ressaltou que a investigação será um processo longo e lembrou que não se pode confundir investigação com condenação.
"Reassumo perante esse conselho o dever e o compromisso, como Ministério Público brasileiro, na condução serena dos trabalhos da Procuradoria-Geral da República. Serena , equilibrada e eficaz. Nesse sentido trabalharei até o final da minha tarefa", afirmou.
As declarações foram feitas após críticas de políticos que tiveram investigação aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (6), com base nos pedidos formulados pelo procurador. Entre os investigados, estão o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Além disso, antes de apresentar os pedidos de investigação, Janot reuniu-se com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar de questões sobre sua segurança. O fato também foi questionado por políticos.
Na semana passada, em ofício encaminhado por meio da Advocacia do Senado, Renan disse que Janot descumpriu das normas do Ministério Público "ao negar oportunidades para que eventuais alvos" do pedido de abertura de inquérito no STF apresentassem defesa.
O presidente da Câmara considerou "estranho" o comportamento de Janot por não explicar claramente os critérios para pedir abertura de investigação.