O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), falou que sua indicação no esquema de corrupção na Petrobras teve o objetivo de tentar transferir o desgaste político do Governo Federal para o Congresso. O depoimento foi dado durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na manhã desta quinta-feira (12).
"Colocar, de uma forma irresponsável e leviana, por escolha política, na colocação de alguém para investigação, é criar um constrangimento para transferir a crise de um lado da rua pra cá", explicou, em clara alusão às divergências entre o Congresso Nacional e o Planalto.
Em sua defesa, Cunha afirmou que as informações apresentadas pela Procuradoria eram contraditórias e chamou de "piada" o pedido de inquérito contra ele. "O Procurador [Janot] precisa explicar porque escolheu a quem investigar", diz Eduardo Cunha.
Cunha compareceu espontaneamente à CPI para esclarecer denúncias de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. O nome do presidente apareceu na lista enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O pemedebista foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef de ter recebido propina.
Após a divulgação da lista, Cunha negou, em nota, o envolvimento com os atos ilícitos investigados pela Lava Jato. Antes, ele compareceu a uma reunião da CPI , onde se colocou à disposição da comissão. Durante a sessão desta quinta, os deputados elogiaram a decisão de Cunha de ter comparecido à CPI.