O ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Luis Felipe Salomão acatou nesta quinta (12) um pedido do Ministério Público e abriu investigações sobre os governadores do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Acre, Tião Viana (PT), na Lava Jato.
Além deles, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e o ex-chefe da Casa Civil do Estado Régis Fichtner, também serão investigados. A suspeita é que os quatro tenham cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Em depoimento, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que atuou para formar "caixa dois" da campanha de Cabral ao governo em 2010. Pezão, então, era candidato a vice na chapa.
Segundo Costa, os recursos foram buscados junto a construtoras das obras do Comperj, e o consórcio formado por OAS, Odebrecht e UTC teria sido o principal pagador, dando metade dos R$ 30 milhões supostamente obtidos para a campanha.
Ainda segundo o delator, as negociações ocorreram no palácio do governo do Rio, contando com a presença de Cabral, Pezão e Fichtner.
Apesar de Cabral não possuir mais o foro privilegiado para responder a processos junto ao STJ, o Ministério Público ponderou que o caso de Pezão está imbricado com o do ex-governador e o de Fichtner e, por isso, todos deveriam ser processados na corte superior. O pedido foi aceito pelo ministro Salomão.
Em relação a Viana, Costa disse que ele recebeu R$ 300 mil, por meio do doleiro Alberto Youssef, para sua campanha ao Senado em 2010.
Desde que os nomes de Cabral, Pezão e Viana começaram a ser citados os três negam qualquer tipo de participação em irregularidades.
No pedido ao STJ, a vice-procuradora-geral da República, Ela Wiecko, que assina as peças, solicita as primeiras diligências para juntar as possíveis provas de crimes.
Entre os pedidos o Ministério Público quer registros de imagens e de entrada num hotel do Rio onde Fichtner teria alugado um quarto para promover reuniões, oitivas dos envolvidos e de empreiteiros e análise das doações feitas para as campanhas.
Quem fará as diligências será a Polícia Federal, que atuará ainda na busca de provas nos processos que correm no Supremo Tribunal Federal.