A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, defendeu hoje (25) a importância de desenvolver de maneira sustentável as cidades e os meios urbanos. Durante evento sobre a Governança do Solo, em Brasília, ela destacou a situação da cidade de São Paulo, em 2014, que sofreu uma crise no abastecimento de água.
Izabela Teixeira avalia que a ocupação não planejada das cidades tem relação direta com o problema. "O abandono e o mau uso que foi feito pelo processo de ocupação urbana chega ao limite de termos a maior cidade da América Latina, com dois rios cruzando sua cidade – São Paulo – vivendo uma crise hídrica nunca vista antes", disse.
Ela ressaltou a necessidade de se pensar o futuro das cidades ao avaliar o crescimento populacional nos centros urbanos. Acrescentou que os debates devem ser feitos de maneira integrada entre os agentes responsáveis. "O primeiro desafio que coloco aqui é em relação às cidades urbanas. Nós somos um país com 85% da população vivendo nessas áreas e em 2030 se espera que tenha 93% ou 95%. Nós temos que criar uma agenda e trabalhar todos juntos, independentemente de questões políticas", disse.
A opinião é compartilhada pelo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Antônio Lopes. "É fundamental que nós não façamos com os solos o que, de certa forma, nós fazemos com a saúde, investindo mais na cura do que na prevenção. Com o solo devemos trabalhar muito mais na prevenção, lidando com os riscos de forma planejada", afirmou.
O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura no Brasil (FAO), Alan Bojanic, também destacou a forte relação entre uma boa qualidade do solo e sua capacidade produtiva com a condição de vida e situação alimentar da população mundial.
"Sem solo não vamos ter alimentos para o futuro. Sem uma boa conservação do solo não vamos poder erradicar a fome no mundo. Então o tema é essencial e precisamos ter ciência, produtores engajados [com a conservação]", disse.