Publicidade irá para mais veículos, diz Dilma

A presidente foi pressionada pelo PT a direcionar mais verbas para órgãos e blogs simpáticos ao governo
Folhapress
Publicado em 31/03/2015 às 21:48
A presidente foi pressionada pelo PT a direcionar mais verbas para órgãos e blogs simpáticos ao governo Foto: Foto: Roberto Stuckert Filho / PR


Única a discursar na cerimônia de posse do novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, a presidente Dilma Rousseff indicou nesta terça-feira (31) que o governo destinará verbas de publicidade estatal a mais veículos com o objetivo de aumentar as "teias de opiniões, olhares e interpretações da realidade" no país.

Pressionada pelo PT a direcionar mais verbas para órgãos e blogs simpáticos ao governo, a presidente disse que a secretaria, agora nas mãos do ex-deputado estadual petista Edinho Silva (SP), "adotará critérios justos e corretos na veiculação dos seus serviços".

Logo depois da posse, em entrevista, o novo ministro prometeu manter critérios técnicos na distribuição das verbas de publicidade.

Tesoureiro da campanha à reeleição de Dilma Rousseff, Edinho será responsável por controlar diretamente uma verba publicitária próxima a R$ 200 milhões ao ano.

Dilma já indicou que pretende manter os gastos com órgãos de mídia sob a guarda da secretaria, que tem status de ministério e também cuida da relação do governo com a imprensa.

Edinho estreia no cargo como nova aposta dos petistas ligados ao ex-presidente Lula para ajudar a melhorar a articulação política do governo Dilma no Congresso.

Ele substitui o jornalista Thomas Traumann, que pediu demissão após a repercussão do vazamento de texto interno da secretaria com críticas à comunicação do governo e ao PT.

Dilma garantiu que o novo ministro terá assento nas reuniões de coordenação política, o que já aconteceu no encontro desta terça, antes mesmo da posse do petista.

Edinho é considerado um político hábil em negociações. Na avaliação de Lula, Edinho, ao lado de Jaques Wagner (Defesa), tornará o governo mais aberto ao diálogo político.

TURBULÊNCIA

Em entrevista após a posse, Edinho defendeu que o governo precisa estabelecer um diálogo mais franco com a sociedade.

"Estamos vivendo um momento de ajuste, de turbulência, mas não tenho dúvida que esse governo tem credibilidade, pode exercer credibilidade, e pode dizer o que será feito no nosso breve futuro se nós cumprirmos as tarefas que estamos cumprindo", disse o ministro.

Segundo o petista, a própria presidente fez o pedido para que a comunicação do governo melhore com os vários setores da sociedade.

"Tenho plena consciência de que a comunicação é fundamental para que o governo preste contas de seus atos, não como concessão, mas como dever aos contribuintes, dever a quem paga seus impostos e quer saber cotidianamente o que é feito com os recursos", afirmou.

MANIFESTAÇÕES

Em seu discurso na cerimônia de posse, a presidente também voltou a defender o direito de manifestação em todo o país e disse que o governo não reprimirá nenhum ato nas ruas.

"A liberdade de imprensa e de expressão são sobretudo o direito de ter opiniões, de criticar e de apoiar tanto políticas quanto o governo. É também o direito de ter oposições e de externá-las sem consequências e sem repressão", afirmou a petista.

Movimentos que convocaram a manifestação que reuniu milhares de pessoas em várias capitais do país para protestar contra o governo no dia 15 de março estão convocando uma nova marcha para o dia 12 de abril. A previsão é que os atos ocorram em várias cidades.

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