Relator da CPI da Petrobras na Câmara, o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) foi arrolado como testemunha de defesa do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, numa ação oriunda da Operação Lava Jato.
A lista de testemunhas feita pelos advogados de Vaccari, que foi denunciado sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro, foi apresentada à Justiça no final de abril.
Questionado sobre o fato, Sérgio afirmou que se sentiu "constrangido" com o convite, e que pedirá à defesa de Vaccari para retirá-lo da lista.
"A avaliação política que eu faço é que essa convocação é incompatível com a minha função na CPI", disse Sérgio, em entrevista nesta segunda-feira (11).
O deputado disse não saber por que foi arrolado como testemunha, e negou que tenha uma relação pessoal com Vaccari -preso preventivamente em Curitiba desde 15 de abril.
"Eu já fui líder da bancada. Talvez tenha sido por isso", disse.
O presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou que também considera o convite incompatível com a função de Sérgio na comissão. Segundo ele, o deputado terá que optar em ser relator ou testemunha de defesa de Vaccari.
O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse que vai desistir da convocação de Sérgio. "O próprio Vaccari ponderou isso [da participação do deputado na CPI]", afirmou ele à reportagem.
Segundo o defensor, o deputado foi arrolado por seu "histórico no PT" e por conhecer a função da tesouraria do partido e seu funcionamento.
A exclusão de Sérgio da lista de testemunhas deve ser solicitada à Justiça nos próximos dias.