O doleiro Alberto Youssef afirmou, em depoimento à CPI da Petrobras nesta segunda-feira (11), que o Palácio do Planalto sabia do esquema de desvios de recursos em obras da estatal, investigado pela Operação Lava Jato. "No meu entendimento, eles tinham conhecimento do que acontecia", disse. "[O esquema] Servia ao interesse do partido [PT], e automaticamente dos partidos da base."
Youssef foi um dos principais operadores do esquema. Preso desde março do ano passado, ele fez um acordo de delação premiada com a Justiça e tem colaborado com as investigações desde então. O doleiro citou um episódio que, para ele, demonstra o conhecimento do Planalto sobre o esquema. Foi entre 2011 e 2012, após um racha da base do PP, que era aliado ao governo federal.
Na ocasião, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que era indicado pelo PP e também participava do desvio de recursos para o partido, disse que só iria se reportar "a quem o Palácio do Planalto determinasse".
"O doutor Paulo deixou claro que quem iria indicar o interlocutor era o Planalto", declarou Youssef.
Youssef é o primeiro depoente a ser ouvido pela CPI em Curitiba. Os deputados estarão na cidade, sede das investigações da Lava Jato, até esta terça (12). Até lá, devem ouvir mais 12 pessoas, incluindo o lobista Fernando dos Santos Baiano, acusado de ser o operador do PMDB, e os ex-deputados André Vargas, Luiz Argolo e Pedro Corrêa, todos presos na sede da Polícia Federal.