Preocupada com uma possível derrota do governo na aprovação do nome do jurista Luiz Edson Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal), a presidente Dilma Rousseff chamou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para fazer com ela uma viagem a Santa Catarina, nesta segunda-feira (11), e discutir a indicação.
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Dilma e Renan viajam juntos no avião presidencial a Joinville, onde participam do velório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), morto no domingo (10). Eles saíram de Brasília às 13h35.
Segundo a reportagem apurou, a presidente queria falar pessoalmente com Renan sobre Fachin e garantir que o presidente do Senado não só não agirá contra a indicação como também ajudará na aprovação do nome do jurista. Outros senadores também foram convidados para fazer a viagem.
Fachin será submetido a sabatina nesta terça-feira (12) pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Caso seu nome seja aprovado pelo grupo, assume a vaga deixada pelo ex-ministro Joaquim Barbosa, que se aposentou no ano passado.
O nome do professor de direito tem encontrado resistências no Congresso e a presidente já manifestou a ministros sua preocupação de ver barrada a indicação.
Na semana passada, por exemplo, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-AL) divulgou parecer encomendado à consultoria legislativa do Senado que dizia que a atuação de Fachin como advogado e procurador no Paraná, entre 1990 e 2006, foi ilegal. Calheiros, por sua vez, emitiu nota para dizer que o laudo da consultoria não representava a posição do Senado.
Dilma chegou a pedir que ministros reagissem aos ataques nas redes sociais, mas foi alertada que uma reação "oficial" não seria de bom tom.
Fachin então se mobilizou para tentar diminuir a rejeição a seu nome. Em vídeos postados na internet, negou ter posições contrárias à família e se defendeu da acusação de que seria ilegal ter atuado como procurador e advogado durante o mesmo período no Paraná.
BOM SENSO
Mais cedo, em entrevista no Palácio do Planalto, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse que o governo confia "no bom senso" do Senado para aprovar a indicação de Fachin ao STF.
"Estamos falando de um jurista respeitado e reconhecido. Agora cabe ao Senado fazer a sabatina e fazer a apreciação do nome. O governo tem confiança no Senado, no bom senso do Senado e tem confiança no currículo de um jurista que é um dos maiores hoje no nosso país", afirmou.