Ajuste fiscal só prejudica os trabalhadores, diz Marina Silva

De acordo com ela, as medidas implementadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, só prejudicam os trabalhadores, sem exigir sacrifício do governo
Folhapress
Publicado em 13/05/2015 às 23:15
De acordo com ela, as medidas implementadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, só prejudicam os trabalhadores, sem exigir sacrifício do governo Foto: Foto: Orlando Brito/Coligação Muda Brasil


A ex-senadora Marina Silva criticou nesta quarta-feira (13) o ajuste fiscal que vem sendo feito pelo governo federal. De acordo com ela, as medidas implementadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, só prejudicam os trabalhadores, sem exigir sacrifício do governo.

"O governo pede sacrifício dos trabalhadores em relação a uma série de questões mas mantém os mesmos gastos, a mesma quantidade de ministérios e ainda teve atitude de conivência com aprovação do aumento dos recursos para os partidos", disse, em Nova York.

Marina afirmou que, durante a campanha presidencial de 2014, a presidente Dilma Rousseff mascarou a crise no país. E, agora, a população não entende a necessidade de ajuste.

A ex-senadora está nos Estados Unidos para receber um prêmio da ONG Rainforest Alliance, concedido a ela por sua carreira na defesa dos interesses ambientais, nesta quarta. Na véspera, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também em Nova York, foi homenageado em cerimônia da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Em linha com o discurso de FHC, Marina criticou a política econômica de Dilma após a crise de 2008. Para ela, a presidente "transformou aquilo que era emergencial [as medidas anticíclicas adotadas durante a turbulência econômica] em atitudes corriqueiras."

"Agora, a falta de credibilidade do governo em relação à agenda econômica faz com as medidas [de ajuste fiscal] necessárias sejam três vezes mais duras do que seriam se feitas por alguém que tem credibilidade", disse.

Apesar das críticas ao governo, Marina voltou a dizer que é contra o impeachment da presidente. "A sociedade se sente ludibriada e a atitude imediata de uma grande parte da sociedade é recorrer a uma saída legal, o impeachment", disse.

"Mas ele é legal dentro de determinados critérios, que é o envolvimento direto da figura do presidente, e nós não temos a materialidade desse fato."

Ela disse ainda que não se pode transformar o Brasil "em uma republiqueta, em que, por discordar do presidente, se faz qualquer manobra para tirá-lo."

"Essa cultura de 'Fora' qualquer um que esteja no poder em função de discordar dele foi criada pelo PT. E não acho que se deva dar continuidade a esse modus operandi", afirmou.

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