Ministério Público pede condenação de Cerveró em processo da Lava Jato

A denúncia contra ele por lavagem de dinheiro cita como prova do crime a compra de um apartamento avaliado em R$ 7,5 milhões, no Rio de Janeiro
Da ABr
Publicado em 15/05/2015 às 17:38
A denúncia contra ele por lavagem de dinheiro cita como prova do crime a compra de um apartamento avaliado em R$ 7,5 milhões, no Rio de Janeiro Foto: Foto: EVARISTO SA / AFP


O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (15) à Justiça Federal em Curitiba a condenação do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró por lavagem de dinheiro.

De acordo com investigadores da Operação Lava Jato, parte da propina recebida por Cerveró foi procedente do exterior, por meio de empresas sediadas no Uruguai, na Inglaterra, na Espanha e na Suíça.

A denúncia cita como prova do crime a compra de um apartamento avaliado em R$ 7,5 milhões, no Rio de Janeiro, por meio da empresa Jolmey do Brasil, criada para ocultar o dinheiro recebido pelo ex-diretor.

“Note-se que a empresa Jolmey do Brasil não realizou outro investimento imobiliário no Brasil ou desempenhou qualquer outra atividade econômica lícita, sendo que todo o dinheiro que circulou em sua conta-corrente era oriundo dos ‘aluguéis’ pagos por Cerveró”, alega do MPF.

No processo, a defesa de Cerveró alegou que a denúncia não apresentou provas relacionadas à imputação do crime de lavagem de dinheiro e pediu absolvição sumária do ex-diretor.

Cerveró está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 14 de janeiro, por tentar ocultar seu patrimônio. Ele foi preso no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, quando voltava de uma viagem à Espanha e à Inglaterra.

De acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, no dia 16 de dezembro, Cerveró sacou R$ 500 mil de um fundo de previdência privada e transferiu o dinheiro para sua filha, mesmo tendo sido alertado pelo gerente do banco de que perderia 20% do valor depositado.

Em junho do ano passado, Cerveró havia transferido imóveis para seus filhos, com valores abaixo dos de mercado. Na interpretação do MPF, o ex-diretor tentou esconder seu patrimônio.

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