O juiz Sérgio Moro aceitou, nesta segunda (18), as denúncias oferecidas contra os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA), Pedro Corrêa (PP-PE) e a filha dele Aline Corrêa (PP-SP). É a primeira ação aberta contra políticos investigados na Lava Jato.
Eles vão responder criminalmente por corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Vargas recebeu propinas da agência de Borghi Lowe em troca do então deputado do PT intervir para que a agência fosse contratada pela Caixa Econômica Federal e o Ministério da Saúde.
Duas empresas de Vargas receberam R$ 1,1 milhão, entre 2010 e 2014, originários de pagamentos ilegais feitos por prestadores de serviços da Borghi Lowe, segundo a Procuradoria.
Já os deputados do PP são réus em um dos processos que apura a corrupção na diretoria de Abastecimento da Petrobras, ocupada por Paulo Roberto Costa, indicado pelo partido. Segundo o MPF, R$ 358 milhões teriam sido repassados em propinas à diretoria de Abastecimento e ao Partido Progressista entre 2004 a 2012.
Um dos líderes do PP, Corrêa é um dos suspeitos de fazer a distribuição do suborno dentro do partido -ele próprio, segundo a Procuradoria, teria ficado com R$ 40,7 milhões naquele período. Aline Corrêa também teria recebido valores ilegais, segundo a Procuradoria.
Além disso, pai e filha ainda responderão por peculato (desvio de dinheiro público por servidor público) por suspeitas de terem contratado, como assessora parlamentar, uma empregada doméstica que jamais teria prestado serviços na Câmara.
Já Argôlo é apontado como uma espécie de sócio oculto do doleiro Alberto Youssef. Segundo a denúncia, o doleiro pagava despesas do então deputado baiano, comprou-lhe bens caros -como um helicóptero e maquinário pesado de construção civil- e realizou pagamentos em dinheiro vivo e na conta de terceiros indicados por Argôlo.
A reportagem não conseguiu ouvir os advogados dos ex-deputados.