Impeachment de Beto Richa foi entregue à Assembleia Legislativa, diz advogado

Jurista informou que o pedido de cassação ia ser feito individualmente por ele, mas que outras pessoas pediram para fazer parte do ato
ABr
Publicado em 25/05/2015 às 21:15
Jurista informou que o pedido de cassação ia ser feito individualmente por ele, mas que outras pessoas pediram para fazer parte do ato Foto: Foto: Orlando Kissner/ Fotos Públicas


Um grupo formado por 12 juristas protocolou nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa do Paraná, uma petição pedindo o impeachment do governador do Estado, Beto Richa. O documento tem a assinatura de 6 mil pessoas, segundo o advogado e professor de Direito Administrativo Tarso Cabral Violin, um dos integrantes do grupo.

“Essa petição, o impeachment se deve em face do massacre no Centro Cívico de Curitiba, que aconteceu no dia 29 de abril de 2015. Vários professores, estudantes e servidores públicos foram gravemente feridos, eu mesmo levei um estilhaço de bomba a dois centímetros do olho, poderia ter ficado cego. Então o nosso pedido é em face desse massacre", explica Violin.

No último dia 29, mais de 200 pessoas, na maioria professores, ficaram feridas após ação da polícia militar para dispersar os manifestantes que protestavam contra um projeto de lei que altera a Previdência estadual. Nos dias seguintes, o secretário de Educação e o comandante-geral da Polícia Militar (PM) do estado e o secretário de Segurança Pública pediram demissão dos cargos.

“A lei diz que é crime de responsabilidade fazer este tipo de agressão às pessoas e também, se não mandar fazer, deixar que seja feito. O que aconteceu no dia 29 é que o massacre ocorreu por duas horas consecutivas. O governador, a qualquer momento poderia ter mandado parar de fazer o massacre. O ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] ligou para ele, os senadores ligaram para ele e ele mesmo assim não fez nada para paralisar aquele massacre. E, à noite, ainda, ele defendeu dizendo que, tecnicamente, a polícia agiu em conformidade com a lei”, alega o advogado. Procurado pela Agência Brasil, o governo do Paraná disse que “o pedido não tem fundamento algum” e que “aguarda o seu trâmite na Assembleia Legislativa".

O jurista conta que o pedido de cassação ia ser feito individualmente por ele, mas que outras pessoas pediram para fazer parte do ato. Uma petição montada online recolheu as assinaturas. “Então tem uma petição na internet hoje que já está com mais de 6 mil assinaturas que são pessoas que apoiam o impeachment do governador Beto Richa”.

Violin explica que depois de protocolar a petição, é preciso aguardar os trâmites internos da Assembleia Legislativa do Paraná. “Ele [o presidente da Casa, Ademar Traiano, do PSDB] tem que encaminhar para o plenário da Assembleia, dois terços aprovar a abertura do processo, para ser criado um tribunal especial com cinco desembargadores [do Tribunal de Justiça] e cinco deputados para fazer o julgamento do impeachment”. Caso o pedido seja acatado, o cargo passa a ser exercido pela vice-governadora, Cida Borghetti. O advogado ressalta ainda que o governador pode ficar até oito anos sem poder atuar na política.

A Assembleia Legislativa do Paraná confirmou que o documento foi protocolado na tarde desta segunda-feira, mas que o presidente ainda não tomou conhecimento do texto. Segundo a assembleia, após receber o documento, o presidente deve enviá-lo para a Secretaria-Geral da Presidência para análise jurídica e só então terá início a tramitação na Casa.

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