O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta segunda-feira (25) que não procura emprego e que exerce um cargo público obtido por concurso, criticando indiretamente as iniciativas do Congresso Nacional em impedir sua recondução ao cargo como retaliação às investigações contra parlamentares na Operação Lava Jato.
"Eu não procuro emprego. Eu tenho uma função pública que assumi por concurso público e a exerço há 31 anos", declarou, durante evento na Procuradoria-Geral da República de lançamento de campanha de combate à corrupção.
Ao fazer a crítica, porém, ele não fez referência direta às iniciativas de parlamentares de impedirem a renovação de mandato do procurador-geral, que termina em setembro.
Janot também afirmou que, se um procurador não fizer, outro o fará, ressaltando a "impessoalidade" da atuação do órgão, uma crítica às declarações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que Janot o está investigando por "querela pessoal".
"Caso um não possa fazer, não se iludam, outro com muito mais razão e mais força o fará. Assim nos ordena a Constituição, a República, a democracia, e nós todos membros do Ministério Público a esses ditames nos rendemos, para que possamos prosseguir no combate à corrupção", disse Janot.
O procurador-geral ainda defendeu uma reforma política que dê "novos contornos à representatividade advinda do povo" e disse que a sociedade civil deve ser ouvida, citando a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
#CORRUPÇÃONÃO
A PGR lançou nesta segunda a campanha de combate à corrupção com ênfase nas redes sociais, #corrupçãonão (formato no qual são divulgados temas em redes sociais).
Também comemorou os dez anos da cooperação internacional do Ministério Público Federal com um seminário realizado nesta segunda e na terça-feira (26).