Em entrevista a jornalistas pouco antes de ser homenageada pelo Senado mexicano, a presidente Dilma Rousseff respondeu ao senador Lindbergh Farias (PT), que havia defendido um fortalecimento do ministro Nelson Barbosa (Planejamento) e a adoção de uma postura mais desenvolvimentista.
"O senador equivoca-se bastante quando faz essa diferenciação entre o ministro Levy e o ministro Nelson Barbosa. Eles têm uma posição de unidade em torno do ajuste fiscal. O senador está tentando construir um conflito onde não existe. A posição do Joaquim Levy e do Nelson Barbosa no governo é extremamente estável. Nunca houve nenhum problema com eles.
O ministro Levy é um ministro dedicado, batalhador e trabalhador. Ninguém pode tirar isso do ministro Levy e também não pode tirar isso do ministro Nelson Barbosa. Ambos fizeram os cortes no orçamento. Eu participei da discussão com os dois. Estão querendo criar um conflito que não existe e lamento profundamente as posições do senador."
Questionada sobre se a opinião de Farias refletia uma divisão do PT, a presidente declarou: "Eu vou pedir encarecidamente que não se tome a parte pelo todo. Não é correto. O senador é responsável pela sua compreensão do processo. O PT jamais, em momento algum, externou esse tipo de posição para mim."
Sobre o ajuste fiscal, Dilma disse que "nós ficamos muito felizes com a aprovação da 665", referindo-se à Medida Provisória que restringe o acesso a direitos trabalhistas como seguro-desemprego e abono salarial.
Perguntada sobre se o governo vai colocar em votação a MP 664 nesta quarta (27), Dilma afirmou: "não estou lá para saber, mas acredito que nós sempre vamos tentar fazer a votação o mais rápido possível, porque nos interessa superar essa questão das votações das medidas provisórias e da lei da desoneração. Queremos entrar em um novo capítulo.
No dia 9, por exemplo, vamos lançar nosso programa de concessões. Para nós é muito importante não só o programa de concessões mas também vamos lançar o Minha Casa Minha Vida 3, na sequência, e uma série de outras iniciativas pra fazer a retomada dos investimentos no Brasil."
Sobre as detenções do ex-presidente da CBF, José Maria Marín, e de outros dirigentes da Fifa, em Zurique, Dilma afirmou acreditar que o caso vai permitir maior profissionalização do futebol.