O plano de desinvestimento do governo federal para o setor elétrico deve repassar ao mercado ativos de sistemas de energia elétrica "mais maduros" e estabelecidos, disse hoje (27) o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Segundo ele, o capital público "já cumpriu seu papel" de incentivador e deve se concentrar nas áreas mais isoladas.
"Existem regiões que estão em grandes sistemas isolados e em que não há neste momento viabilidade para que sejam privatizadas, e existem outros sistemas que já estão interligados e maduros economicamente em que é desnecessário que o governo federal continue gerindo e investindo", disse Braga.
O ministro afirmou que não há no governo federal "nenhum preconceito quanto à questão da privatização" e disse que a Celg (Centrais Elétricas de Goiás), da Eletrobras, foi escolhida como a primeira a ser privatizada no plano por ser segura o suficiente para iniciar o novo modelo de privatização.
As outras áreas a serem privatizadas estão em estudo, e a transferência para a iniciativa privada pode incluir ativos como geração, transmissão e distribuição. Braga afirmou que o plano de desinvestimento pode ser entendido como uma reestruturação do setor elétrico que visa ao aumento da competitividade e não como parte do ajuste fiscal do governo.
O ministro também comentou a expectativa pelo anúncio do novo plano de investimento da Petrobras e disse ter confiança de que a empresa apresentará um número "realista".
"Acreditamos que a Petrobras apresentará um número realista e suficientemente robusto para mostrar que fará um investimento dentro de sua capacidade e para assegurar o vigor para o setor, que é um setor prioritário," disse.