Ministro diz que governo não vai tirar direitos de aposentados no momento

Segundo Carlos Gabas, ministro da Previdência, qualquer mudança, como adoção de uma idade mínima, será discutida com centrais sindicais, patrões e aposentados no fórum que o governo criou para tratar de questões trabalhistas e previdenciárias
Folhapress
Publicado em 15/06/2015 às 21:47
Segundo Carlos Gabas, ministro da Previdência, qualquer mudança, como adoção de uma idade mínima, será discutida com centrais sindicais, patrões e aposentados no fórum que o governo criou para tratar de questões trabalhistas e previdenciárias Foto: Foto: Lula Marques/ Agência PT


O ministro Carlos Gabas (Previdência) afirmou nesta segunda-feira (15) que a sanção ou o veto à fórmula 85/95 como alternativa ao fator previdenciário não será acompanhada de medidas que retirem direitos de trabalhadores para acesso à aposentadoria do INSS.

"As pessoas não precisam correr para a aposentadoria. Não mandaremos agora nenhuma regra de retirada de direitos de ninguém", afirmou Gabas.

Segundo ele, qualquer mudança, como adoção de uma idade mínima, será discutida com centrais sindicais, patrões e aposentados no fórum que o governo criou para tratar de questões trabalhistas e previdenciárias.

O governo também não quer, segundo o ministro, que um possível veto à mudança nas regras para aposentadorias seja visto como uma "provocação" por centrais sindicais e parlamentares. Pediu ainda que as centrais não abandonem esse fórum de discussão caso a presidente opte pelo veto na próxima quarta-feira (17), data limite para a decisão.

"Queremos que o diálogo [com as centrais] siga independente da decisão que a presidente tomar. E ela ainda não tomou uma decisão", afirmou.

Na reunião desta segunda com as centrais, o governo não apresentou propostas, apenas números que mostram projeções de aumento de gastos da Previdência. "Até quarta-feira, vamos apresentar uma proposta para vocês", afirmou Gabas ao ser questionado sobre medidas que poderiam acompanhar o veto ou sanção.

O ministro disse que não recomendou à presidente que vete a mudança, mas afirmou que a alteração irá inviabilizar as contas da Previdência. Disse ainda que o governo não está preocupado com a questão fiscal, pois o impacto no INSS só se dará a partir do próximo governo. Afirmou, no entanto, que não dá para aumentar despesas em um momento em que o Ministério da Fazenda está promovendo um ajuste fiscal. "Como vamos fazer algo que seja o contrário disso?".

Gabas disse ainda que a presidente levará em conta, em sua decisão, um "cuidado com o cenário político". Um dos receios do governo é que o Congresso derrube o possível veto presidencial.

Questionado sobre a possibilidade de o governo sancionar a mudança e enviar ao Congresso um projeto para tomar a fórmula móvel, ou seja, que o tempo mínimo de aposentadoria e idade suba de acordo com a expectativa de vida, afirmou que não é possível saber quanto tempo a medida levará para ser aprovada pelo Legislativo. "Existe compromisso do Congresso de alterar isso em quanto tempo?", questionou.

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