A Justiça Federal no Paraná determinou a abertura de duas investigações contra o ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), por suspeitas de recebimento de propina.
Vaccarezza, que não conseguiu ser reeleito no ano passado, perdeu o foro privilegiado. Por isso, as investigações contra ele "desceram" do STF (Supremo Tribunal Federal) à primeira instância, que determinou agora a abertura de inquérito.
Uma das suspeitas que pesam contra o petista é o recebimento de R$ 400 mil de propina em um contrato de importação de asfalto da Petrobras, segundo afirmou "ter ouvido" o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, delator da Operação Lava Jato.
Outro fato a ser investigado é um investimento feito nas empresas do doleiro Alberto Youssef pelo Igeprev Tocantins (Instituto de Gestão Previdenciário do Estado). A contadora Meire Pozza, que trabalhava com o doleiro, disse ter sido procurada por um assessor de Vaccarezza, que intermediou o aporte em troca de uma comissão para pagar dívidas de campanha.
Vaccarezza sempre negou as acusações. Diz que seu nome foi citado de forma "leviana" pelos delatores, que assumem que "ouviram falar" das denúncias ou que nunca tiveram contato direto com ele.
O juiz federal Sergio Moro determinou à Polícia Federal que instaure os inquéritos em até 15 dias. O despacho é do dia 17 de abril, mas só foi tornado público nesta semana.
PALOCCI
Também nesta semana, foi divulgado um despacho de Moro pedindo a abertura de investigação contra o ex-ministro Antonio Palocci, para apurar "supostos crimes".
Palocci foi citado por Paulo Roberto Costa em sua delação premiada. O ex-diretor contou ter ouvido do doleiro Alberto Youssef que Palocci o procurara para pedir R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010.
Segundo Costa, o repasse foi feito posteriormente pelo doleiro. O ex-ministro era, à época, um dos coordenadores da campanha de Dilma.
Youssef, porém, diz que nunca foi procurado por Palocci nem repassou valores à campanha da presidente a pedido do ex-ministro ou de seus emissários.
Palocci nega os fatos. Seu advogado, José Roberto Batochio, diz que ele "entrou gratuitamente na história", e que nunca conversou com Costa ou Youssef sobre doações de campanha.