A CPI da Petrobras vai ouvir nesta quinta-feira (6) o lobista Milton Pascowitch, que afirmou em sua delação premiada ter pago propina de contratos da Petrobras ao ex-ministro José Dirceu, preso na segunda-feira (3) na 17ª fase da Operação Lava Jato.
A convocação faz parte de uma estratégia da cúpula da CPI, comandada pelo PMDB do presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ), de impor desgastes ao governo federal e ao PT, mas não se sabe ainda se o lobista falará ou se fica em silêncio.
Isso porque o conteúdo de sua delação premiada ainda é sigiloso, embora parte dos depoimentos tenha sido divulgada no despacho que determinou a prisão de Dirceu.
O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, rejeitou pedido da CPI para ter acesso ao conteúdo da delação de Pascowitch, argumentando ainda ser sigiloso. Moro, porém, autorizou seu deslocamento à CPI na quinta para prestar depoimento.
DIRCEU NA CPI
Para quinta-feira, estava prevista uma acareação entre o ex-diretor Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, mas ela foi cancelada por conta de problemas de saúde de Costa.
A oposição também quer convocar Dirceu, mas o requerimento chamando o ex-ministro ainda não foi aprovado pela CPI.
Responsável por aproximar a Engevix do PT, Pascowitch diz ter pago despesas pessoais do ex-ministro José Dirceu e de parentes dele com dinheiro recolhido de contratos de fornecedores da Petrobras. Um dos favores do lobista foi a compra de um apartamento por R$ 500 mil para Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha do petista.
A defesa de Dirceu nega irregularidades e diz que os valores recebidos pelo ministro se devem a consultorias efetivamente prestadas.