Cunha diz estar 'absolutamente sereno' com a denúncia a seu respeito

O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu a condenação do deputado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apontados durante a Operação Lava Jato
Da Folhapress
Publicado em 20/08/2015 às 21:52
O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu a condenação do deputado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apontados durante a Operação Lava Jato Foto: Foto: Luis Macedo/ Câmara dos Deputados


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou por meio de nota que é inocente e está "absolutamente sereno" com as denúncias a seu respeito.

"Sou inocente e com essa denúncia me sinto aliviado, já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário", destacou.

A nota divulgada nesta quinta-feira (20) ocorre após a PGR (Procuradoria-Geral da República) protocolar contra denúncia contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal). O documento foi entregue no início da tarde.

A acusação é de que Cunha recebeu propina após o fechamento de contratos entre a Petrobras e a Samsung Heavy Industries, da Coreia, para fornecimento de navios-sondas para a estatal do petróleo.

O procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu a condenação do deputado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apontados durante a Operação Lava Jato, que investiga irregularidades na Petrobras.

Cunha tem negado envolvimento nas irregularidades. Ele acusa o Palácio do Planalto de perseguição e, desde que assumiu a presidência da Câmara, em fevereiro, tem pautado projetos que não contam com aval do governo.

Na quarta, após notícia de que o envio da denúncia ocorreria nesta quinta, o parlamentar se disse tranquilo a respeito do caso. Eduardo Cunha também afirmou que não pretende se afastar da presidência da Casa.

Um grupo de deputados críticos aguardava a denúncia para redigir um manifesto pedindo o afastamento de Cunha do cargo.

Caso o STF acate a denúncia, o mesmo grupo, liderado pelo PSOL, pretende entrar com uma representação no Conselho de Ética com pedido de cassação do mandato de Cunha.

A perda de mandato, após apresentada ao Conselho de Ética, cumpre um rito de tramitação. É designado um relator que se posiciona contra ou favor ao afastamento, posição que precisa primeiro ser votada na comissão e, em seguida, no plenário da Casa.

Sem ter o mandato cassado, a outra forma prevista regimentalmente para que Cunha seja afastado da presidência é a renúncia, possibilidade já negada por ele.

O líder do DEM, Mendonça Filho (DEM-PE), não havia lido a denúncia no fim da tarde, mas voltou a afirmar, que ninguém deve ser "blindado, nem condenado" previamente.

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