Vaccari, Renato Duque e mais oito são condenados em ação da Lava Jato

É a primeira condenação na Justiça Federal do Paraná do ex-tesoureiro e do ex-diretor
Da Folhapress
Publicado em 21/09/2015 às 13:36
É a primeira condenação na Justiça Federal do Paraná do ex-tesoureiro e do ex-diretor Foto: Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados


A Justiça Federal condenou à prisão nesta segunda-feira (21) o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e mais oito acusados de desvios na Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.

É a primeira condenação na Justiça Federal do Paraná do ex-tesoureiro e do ex-diretor, que foram presos em março e abril deste ano.

Também foram condenados os delatores Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras), Augusto Mendonça (executivo da Toyo Setal), o doleiro Alberto Youssef, o operador Mario Goes e o lobista Julio Camargo.

A ação penal aborda desvios em obras da Petrobras feitas pelo consórcio Interpar, nas refinarias de Paulínia (SP) e Araucária (PR).

De acordo com a denúncia, empreiteiras pagavam propina dentro da Petrobras e a Vaccari para obter os contratos.

Vaccari foi acusado de articular repasses de ao menos R$ 4,3 milhões da propina para o PT, inclusive por meio de doações oficiais.

O ex-tesoureiro petista, que também é réu em outras ações, foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro, associação criminosa e corrupção. Também precisará pagar multa.

Renato Duque, que também é processado em outras ações, foi condenado pelos mesmos crimes a 20 anos e oito meses de prisão e ao pagamento de multa.

Também foram condenados três suspeitos de operar os repasses de propina: Adir Assad, que ainda está preso no Paraná, Dario Teixeira Alves Júnior e Sônia Branco.

ABSOLVIÇÃO

O ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa também era réu na ação, mas foi absolvido por falta de provas.

O juiz Sergio Moro concedeu benefícios aos delatores pela colaboração ao longo do processo. A pena de Julio Camargo, acusado de intermediar o pagamento de propina, passou de 12 anos de prisão para cinco anos em regime aberto, o que inclui a prestação de serviços à comunidade.

A pena de Augusto Mendonça, fixada inicialmente em 16 anos e oito meses, foi convertida em quatro anos em regime aberto, também com prestação de serviços à comunidade.

As defesas de Vaccari e Duque negaram as acusações ao longo do processo. A reportagem ainda não localizou os advogados deles.

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