Dilma reforma gabinete e busca afastar fantasma do impeachment

A governabilidade se converteu em uma prioridade para a presidente, que tem um apoio de apenas 10% dos cidadãos
Da AFP
Publicado em 02/10/2015 às 17:30
A governabilidade se converteu em uma prioridade para a presidente, que tem um apoio de apenas 10% dos cidadãos Foto: Foto: AFP


A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (2) uma reforma de gabinete que busca fortalecer seu apoio no Congresso para aprovar um pacote de ajuste e afastar o fantasma de um impeachment.

A governabilidade se converteu em uma prioridade para a presidente, que tem um apoio de apenas 10% dos cidadãos e está asfixiada por uma recessão econômica num momento em que o Partido dos Trabalhadores (PT) é bombardeado por denúncias de corrupção na Petrobras.

"Precisamos de estabilidade política. Por isso, essa reforma tem também um propósito. O de atualizar a base política do governo buscando uma maioria que amplie nossa governabilidade", disse Dilma em um ato em Brasília.

"Governos de coalizão (...) precisam de apoio do Congresso. Nós vivemos numa democracia. É com o Congresso, eleito pelo povo brasileiro para representá-lo, que meu governo igualmente legitimado pelo voto dos brasileiros, tem que dialogar em favor do nosso povo para aprovação de políticas de leis e de medidas provisórias que acelerem a saída da crise. (...) Precisamos colocar os interesses do País acima dos interesses partidários", acrescentou a presidente em sua mensagem.

A modificação elimina oito dos 39 ministérios atuais e entrega a pasta de Saúde - a de maior orçamento do Estado - ao deputado Marcelo Castro, do PMDB, principal sócio do PT no Congresso. Com esta mudança, esta força passará a administrar sete áreas do governo, uma a mais do que tinha, incluindo a de Ciência e Tecnologia, que ficará nas mãos do deputado Celso Pansera.

Como parte da reestruturação, Dilma também anunciou a nomeação como novo chefe de gabinete de Jaques Wagner, que conduzia a Defesa e que é muito próximo de Lula, substituindo Aloizio Mercadante, que passou para a Educação.

Além disso, a maquinaria pública perderá 30 secretarias nacionais e 3.000 cargos comissionados. As mudanças também incluem um corte de 10% no salário dos ministros.

"A presidente resolveu fazer esta reforma ministerial depois de muita pressão do PMDB e também de muita pressão do ex-presidente Lula com o objetivo fundamental de reduzir o risco de sofrer um processo de 'impeachment' no Congresso, que tudo indica que poderia ser tratado em outubro ou novembro. O que busca é garantir o apoio do PMDB", disse à AFP o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores.

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