Com a ameaça da Câmara dos Deputados de derrubar os vetos presidenciais e aprovar medidas que aumentam os gastos públicos, a presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira (6) que as lideranças políticas coloquem os interesses do país acima dos demais.
Em evento de assinatura de decreto que beneficia micro e pequenas empresas em contratações do governo federal, a petista afirmou que para o Brasil ser um país de fato democrático, tem de ter a capacidade de articular consensos.
Nesta terça-feira (6), o Congresso Nacional deve votar os vetos presidenciais que, se derrubados pelo Poder Legislativo, podem ter um impacto de R$ 63,2 bilhões para os cofres públicos até 2019.
"Para mim, um país do tamanho do Brasil para ser de fato democrático tem de exercer a capacidade de articular consensos. Esse país tem de perceber e suas lideranças têm de perceber quando os interesses do país devem ser colocados acima de todos os outros interesses", disse.
Para assegurar a manutenção dos vetos presidenciais, o Palácio do Planalto tem atuado para enfraquecer dissidentes na base aliada e viabilizar quórum na sessão legislativa.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), no entanto, articula para esvaziar a votação conjunta entre senadores e deputados e, assim, evitá-la.
O governo federal teme que a votação seja protelada mais uma vez. Isso porque o Tribunal de Contas da União deve julgar nesta quarta-feira (7) as contas do governo relativas a 2014.
Caso a maioria na corte acate a posição do relator Augusto Nardes, que deve pedir a rejeição das contas, o receio é de que o clima no Congresso Nacional se torne hostil e o governo federal possa ser derrotado na semana que vem.
A assinatura do decreto foi promovida no Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, e contou com a participação do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Seu partido faz parte da oposição ao governo federal.
Em discurso, no entanto, o governador também defendeu que as autoridades devem pensar em uma pauta que ajude o país e defendeu as parcerias do governo federal com as gestões estaduais.
"No momento de crise, é necessário a união de quem tem compromisso com o Brasil", disse.