O Brasil negou que a presidente Dilma Rousseff tenha feito declarações depreciativas ou se intrometido nos assuntos internos do Paraguai, como considerou o governo em Assunção, que na sexta-feira (9) chamou o embaixador brasileiro para dar explicações, informou nesta segunda-feira a chancelaria paraguaia.
Brasília "rejeitou categoricamente a veracidade das supostas declarações da presidente Dilma Rousseff", que teria chamado o movimento pró-impeachment de "golpe à paraguaia", destacou a chancelaria.
Na quinta-feira, a Folha de São Paulo informou que na primeira reunião ministerial de seu novo gabinete, Dilma disse que no Brasil está em curso "um golpe democrático à paraguaia", ao criticar o movimento promovido pela oposição no Brasil.
A suposta citação de Dilma seria uma referência ao impeachment do então presidente de esquerda paraguaio Fernando Lugo, destituído em 2012 em um julgamento político por "mau desempenho" de suas funções.
Na sexta-feira, durante uma reunião com o embaixador paraguaio em Brasília, Manuel María Cáceres, o secretário-geral do Itamaraty, Sergio Danese, "enfatizou que em nenhum momento a presidente brasileira mencionou o Paraguai".
Na oportunidade, Danese "transmitiu o grande apreço que a presidente Dilma Rousseff tem pelo presidente Horacio Cartes e pelo Paraguai, ressaltando o excelente nível atual das relações entre os dois países".
Após o impechment de Lugo, Dilma, a presidente argentina, Cristina Kirchner, e o presidente uruguaio, José Mujica, resolveram suspender o Paraguai do Mercosul.
Dilma enfrenta um situação politica delicada, em meio a uma severa crise econômica e após as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) de rejeitar as contas de 2014 do governo, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abrir uma investigação sobre supostas irregularidades durante a campanha para a reeleição da presidente.