Ministro do STF nega ao filho de Lula acesso à delação de Fernando Baiano

Fernando Baiano afirmou que Bumlai, teria recebido R$ 2 milhões em propina, que seriam destinados a uma nora do ex-presidente Lula
Da Folhapress
Publicado em 22/10/2015 às 22:52
Fernando Baiano afirmou que Bumlai, teria recebido R$ 2 milhões em propina, que seriam destinados a uma nora do ex-presidente Lula Foto: Foto: Carlos Humberto/ SCO/ STF


O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki negou nesta quinta-feira (22) um pedido de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, para ter acesso à delação premiada Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como operador da Lava Jato.

Em sua decisão, Teori destacou que a colaboração tramita sob sigilo e que Fabio Luís não é investigado no caso.

"A simples especulação jornalística a respeito da existência de acordo de colaboração premiada ou da sua homologação judicial ou, ainda, de declarações que teriam sido prestadas pelo colaborador, não é causa juridicamente suficiente ou justificável para a quebra do regime de sigilo. Entendimento contrário fragilizaria profundamente esse regime, já que comprometeria irremediavelmente as suas finalidades", afirmou ministro.

Em depoimento de delação premiada, o lobista Fernando Soares, o Baiano, investigado na Operação Lava Jato, afirmou que o pecuarista José Carlos Bumlai, teria recebido R$ 2 milhões em propina, que seriam destinados a uma nora do ex-presidente Lula. Tanto o petista quanto o pecuarista negam peremptoriamente as acusações.

O Instituto Lula afirmou, em ocasiões anteriores, que o petista nunca autorizou Bumlai a pedir dinheiro em nome dele e negou que alguma nora tenha recebido favor de Baiano.

Em nota, reiterou que Lula "nunca atuou como intermediário de empresas em contratos, antes, durante ou depois do seu governo".

A defesa de José Carlos Bumlai tem dito que as acusações são um "disparate" e que o empresário "jamais deu um centavo" ao ex-presidente Lula ou a parentes dele. Segundo o advogado Arnaldo Malheiros Filho, os negócios privados de Bumlai "não se revestem da ilegalidade com que se procura incriminá-lo".

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