Base diz que nova fase da Lava Jato é política; oposição reforça o impeachment

Na Câmara dos Deputados, lideranças oposicionistas manifestaram apoio à ação da Polícia Federal desta sexta-feira (4), como a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Da ABr
Publicado em 04/03/2016 às 19:30
Na Câmara dos Deputados, lideranças oposicionistas manifestaram apoio à ação da Polícia Federal desta sexta-feira (4), como a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Foto: Antonio Cruz Agência Brasil


A 24ª etapa da Operação Lava Jato movimentou os corredores da Câmara dos Deputados, bem como os próprios partidos políticos, seja com a oposição defendendo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff ou a base aliada criticando a ação da Polícia Federal e classificando-a de ação política.

Na Câmara dos Deputados, lideranças oposicionistas manifestaram apoio à ação da Polícia Federal desta sexta-feira (4), como a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já os governistas defenderam o posicionamento de que a nova etapa comprova o aspecto político da operação.

O PSB divulgou nota em que reafirma a “sua postura crítica em relação ao governo federal”. O partido reiterou sua intenção em “marchar em definitivo para a oposição a este governo”, segundo nota assinada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, para quem a mudança deverá ser aprovada pela Executiva Nacional.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) disse que esta sexta é um “dia histórico” que representará o “renascimento da República Brasileira”, com o Brasil mostrando ao mundo que “ninguém está acima da lei em nosso país”.

Também por meio de nota, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), defendeu a mobilização da oposição para votar o impeachment no Congresso Nacional, e conclamou a população a sair às ruas para se posicionar em defesa da investigação da Operação Lava Jato.

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que a nova fase da Lava Jato trouxe à luz “a existência de uma organização criminosa”, o que, segundo ele, representa “o começo do fim desse projeto”. Para ele, há reforço tanto o processo de impeachment da presidente Dilma em discussão na Câmara, como nas ações que tramitam no Tribunal Superior Eleitoral, que apuram o financiamento da campanha da presidenta à reeleição.

Vice-presidente nacional do PSDB, Carlos Sampaio (SP) disse que Lula “sempre foi o maior responsável por esses anos todos de corrupção” e que agora chegou a hora dele prestar contas à Justiça. O ex-líder da oposição na Câmara dos Deputados, Bruno Araújo (PSDB-PE) defendeu a retomada do processo de impeachment da presidenta Dilma na Câmara, antes mesmo de o Supremo Tribunal Federal concluir sua avaliação sobre o caso.

Mais cedo, o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), disse que a condução de Lula para prestar depoimento confirma que a Lava Jato é uma operação política e ilegal. “Ilegal porque o ex-presidente Lula prestou depoimento sucessivas vezes e não há nenhuma pista e nem prova contra ele”.

O petista avalia que existe uma ação politicamente coordenada com a oposição porque a tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff teria perdido força. “Estaremos em vigília em todos os estados durante o dia e tomaremos um conjunto de iniciativas para defender a democracia e o presidente Lula”, adiantou.

Deputados e senadores do PT foram a São Paulo para uma reunião no Diretório Nacional com o presidente da legenda, Rui Falcão. A ideia é discutir o cenário político diante da repercussão da suposta delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e para prestar solidariedade ao ex-presidente Lula. Uma das maiores preocupações no partido, neste momento, é mobilizar a militância em defesa do ex-presidente e da presidenta Dilma Rousseff.

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