O relator do conselho de presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Erick Venâncio, do Acre, defendeu que a entidade apoie o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, há indícios suficientes de que a presidente cometeu crime de responsabilidade.
O presidente da Ordem, Claudio Lamachia, convocou uma sessão extraordinária nesta sexta-feira (18) para decidir oficialmente qual será a posição da entidade sobre o tema. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, entrou em contato com Lamachia para falar em defesa de Dilma no plenário. Cardozo deverá se pronunciar após o relator.
Venâncio analisou, no voto, os fatos referentes às pedaladas fiscais de 2014 e os fatos surgidos com a delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) de que Dilma teria tentado interferir nas investigações da Operação Lava Jato, pelo menos, em três ocasiões.
O relatório também abrange as escutas feitas com autorização do juiz Sérgio Moro, de Curitiba, em que Dilma conversa som o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o envio do termo de posse como ministro da Casa Civil.
Segundo Moro, os áudios revelam uma possível manobra para evitar um possível mandado de prisão contra Lula expedido por Moro.
"Meu indicativo primeiro é o de rechaçar veementemente a pecha de golpe quando se pleiteia um impedimento. Desde 1988, com o advento da constituição cidadã, foi legalmente proposto a todos os presidentes da República eleitos. Isso é exercício do poder republicano. Reconheço a possibilidade de abertura do pedido de impeachment", afirmou Venâncio.
Após as manifestações, as 27 bancadas da Ordem, representando os Estados brasileiros e o Distrito Federal, deverão votar se apoiam ou não o impeachment de Dilma. As seccionais de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Amazonas e Piauí já confirmaram o apoio à cassação do mandato da presidente.