O novo ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirmou hoje (12) que vai orientar sua equipe a fazer um diagnóstico dos dados da pasta, de modo a promover uma compatibilização entre a participação do capital privado e os programas sociais. Segundo ele, é preciso “espantar os problemas ideológicos” que afastavam setores da sociedade de obras como saneamento e habitação. Ele afirmou também que o Programa Minha Casa, Minha Vida ainda é “ineficaz”.
Ao conceder sua primeira entrevista a jornalistas após ser empossado no cargo, o deputado federal, que já foi líder da minoria na Câmara dos Deputados, fez críticas às gestões petistas.
“A orientação é ter um diagnóstico completo dos números apresentados de atendimento ao longo desses anos, seja de programas de saneamento, seja de habitação. Depois, que possam ser apresentadas sugestões objetivas, já que há grande dificuldade de recursos pela crise do país, de como nós podemos evoluir tirando amarras ideológicas, burocráticas, que distanciam ou dificultam ainda mais execução dessas obras”, afirmou.
De acordo com o ministro, a intenção é trazer a participação do “capital privado de forma coerente” em obras de saneamento para que, ao fim “desses dois anos” de governo do presidente interino Michel Temer, haja uma evolução nos programas.
“Que o país possa ter atendimento de saneamento desvinculando uma relação tão preconceituosa que havia por parte do governo anterior entre o capital e a possibilidade de participar de programas sociais importantes”, acrescentou.
Bruno Araújo ganhou notoriedade por ser o deputado federal do derradeiro voto do prosseguimento do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff. Embora reconheça que há um “nível de atendimento” no programa Minha Casa, Minha Vida, ele citou os jornais para dizer que as casas não têm uma infraestrutura satisfatória.
“É bom lembrar que é objeto de discussão hoje de todo o Brasil, de toda a imprensa, a qualidade dos imóveis entregues num nível de reclamação dos usuários em relação à qualidade deles imóveis, o que gera uma insatisfação e um descompromisso com a qualidade e um novo passivo ao Tesouro Nacional, que precisa recompor esse prejuízo”, concluiu.