STF

Gilmar Mendes volta a criticar vazamento de pedidos de prisão da cúpula do PMDB

''Quem exerce funções legais não pode sair cometendo ilegalidades'', disse o ministro
Estadão Conteúdo
Publicado em 10/06/2016 às 11:44
''Quem exerce funções legais não pode sair cometendo ilegalidades'', disse o ministro Foto: Foto: Fellipe Sampaio/ SCOSTF


O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes voltou a criticar nesta sexta-feira (10), o vazamento de informações sobre os pedidos de prisão da cúpula do PMDB feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Quem exerce funções legais não pode sair cometendo ilegalidades", disse o ministro, em entrevista à Rádio Estadão. O ministro já havia criticado o vazamento na terça-feira (7).

Apesar da crítica, ele avaliou que os ministros da Corte não se sentirão pressionados no julgamento dessa questão, porque são muito experientes e sabem lidar com as diversas opiniões. Mendes não soube dizer quando e se esses pedidos de prisão irão a plenário, argumentando que esta é uma decisão do relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki.

Na entrevista à rádio, Gilmar Mendes disse que este e outros vazamentos têm ocorrido em processos que deveriam ficar em sigilo. "A toda hora nos defrontamos com esse tipo de situação", criticou. O ministro destacou que algumas das "manifestações da PGR chegam primeiro à imprensa do que no gabinete do relator". E frisou que é preciso cuidado para que isso não se transforme em flagrantes abusos, porque tais assuntos merecem ser tratados com respeito.

Questionado sobre o pedido de investigação do senador tucano Aécio Neves (MG), o ministro disse que as investigações estão abertas e que não há novidade com relação ao caso.

Gilmar Mendes foi indagado também sobre as críticas de que na Operação Lava Jato, a primeira instância (a Vara de Sérgio Moro, em Curitiba) atua de maneira acelerada, contando com várias condenações, e no caso dos políticos, que têm foro privilegiado e os processos ficam com o STF, a celeridade não é a mesma. 

Em resposta, o ministro disse que o STF não é uma corte dedicada apenas às matérias penais. "Há mais inquéritos abertos (no STF há um total de 50) do que denúncias oferecidas pela procuradoria (no total de 11)", justificou.

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