O Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu nota, no início da tarde desta quinta-feira (23), na qual "condena a desnecessária, midiática, busca e apreensão realizada na sede nacional da legenda em São Paulo". O partido foi um dos alvos da Operação Custo Brasil, deflagrada hoje pela Polícia Federal (PF) para apurar um esquema de corrupção instalado no Ministério do Planejamento entre 2009 e 2015, por meio da empresa de tecnologia Consist Software.
De acordo com o procurado da república Andrey Borges de Mendonça, que faz parte da força-tarefa da operação, há evidências de que o PT teria recebido uma parte da propina de R$ 100 milhões do esquema, que seria chefiado pelo ex-ministro da pasta Paulo Bernardo, preso durante a manhã.
Na nota, o partido deixa claro que "em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT." A legenda ainda reitera o posicionamento de que "nada tem a esconder" e de que "sempre esteve e está à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos."
Segundo o procurador, além de Paulo Bernardo, que ficava com 9,6% da propina, o ex-vereador petista Alexandre Romano, era destinatário de 20% dos recursos ilícitos. Deste total, cerca de 80% seria destinado ao PT.
O advogado do PT Luis Bueno foi instruído pela sigla a avaliar a possibilidade de que tenha havido infrações administrativas por parte dos procuradores da República responsáveis pela Operação Custo Brasil, no pedido de buscas na sede do partido autorizado pela 6ª Vara Federal de São Paulo. A interlocutores, o presidente da legenda Rui Falcão comentou que não consegue ver a justificativa para que tenha havido a busca na sede do PT, porque não existe relação direta entre a direção do partido e os fatos investigados na operação.