Dono do sítio em Atibaia não tem renda para bancar compra e reforma, diz PF

O documento da PF, subscrito pelos peritos criminais federais João José de Castro B. Vallim e Ior Canesso Juraszek, contesta a versão da defesa de Lula
Estadão Conteúdo
Publicado em 28/07/2016 às 16:39
O documento da PF, subscrito pelos peritos criminais federais João José de Castro B. Vallim e Ior Canesso Juraszek, contesta a versão da defesa de Lula Foto: Foto: Reprodução Veja/Globo


Laudo da Polícia Federal, na Operação Lava Jato, aponta que o empresário Fernando Bittar, que afirma ser o proprietário de sítio em Atibaia (SP) não tem rendimentos suficientes para bancar a compra e a reforma do imóvel. O Santa Bárbara é o ponto central da investigação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os investigadores atribuem ao petista a propriedade do sítio. A defesa de Lula nega.

O documento da PF, subscrito pelos peritos criminais federais João José de Castro B. Vallim e Ior Canesso Juraszek, contesta a versão da defesa de Lula, que alega apenas ter usufruído do sítio.

"Ainda que necessária a realização de exames periciais contábeis específicos para apurar evolução patrimonial de Fernando Bittar, montante de aproximadamente R$ 1,7 milhão, despendidos na compra e ampliação do sítio entre os anos de 2010 e 2011, apresenta-se discordante frente aos rendimentos, bens e direitos declarados no seu imposto de renda", aponta o laudo.

Reformas

As reformas foram bancadas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, segundo o laudo. As duas empresas são investigadas por formação de cartel na Petrobras entre 2004 e 2014.

Exames periciais, afirma o documento, constataram "que as primeiras reformas do sítio contaram com a participação do engenheiro Frederico Horta, funcionário da Odebrecht".

"Após concluída a primeira fase das reformas, ainda no ano de 2011, algumas outras intervenções foram realizadas no Sítio ao longo dos anos seguintes. A que mais se destaca pelo valor imobilizado foi a instalação da cozinha gourmet, pelo valor estimado de R$ 252 mil cuja execução foi coordenada por arquiteto da empreiteira OAS, Sr. Paulo Gordilho, com conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro, e com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa, conforme identificado nas comunicações do arquiteto da empreiteira e de Fernando Bittar", informa o documento.

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