A equipe econômica finalmente detalhou as origens dos R$ 55,4 bilhões em aumento de receitas necessárias para que o governo alcance a meta de déficit primário de R$ 139 bilhões em 2017. No Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) do próximo ano, divulgado nesta quarta-feira, foi relevado quanto desse montante virá da recuperação da economia no ano que vem e quanto virá da venda de ativos. Ainda assim, o governo não escapou de ter que fazer novos cortes de despesas.
A melhora da projeção de crescimento da economia em 2017, agora em 1,6%, dará um reforço de R$ 26 bilhões nas receitas administradas, incluindo nesse valor R$ 11,8 bilhões previstos com a venda de ativos como Caixa Seguridade, Loteria Instantânea, BR Distribuidora e outras vendas de ações em posse do governo.
Já a estimativa de ganho de outorgas com o programa de concessões que ainda será anunciado foi acrescida em R$ 18,4 bilhões. Outros R$ 5,7 bilhões virão dos dividendos das estatais e a venda dos ativos do Fundo Soberano do Brasil.
Ainda assim, o governo não conseguiu chegar nos R$ 55,4 bilhões em novas receitas conforme constava no anúncio da meta fiscal feito em julho. Por isso, para não ter que elevar impostos, não restou outra alternativa a não ser fazer um corte adicional de despesas de R$ 5,3 bilhões.
Caso haja frustração de alguma dessas receitas, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, prometeu que o governo cortará ainda mais as despesas. O aumento de tributos continua sendo apenas a última alternativa para a equipe econômica.