Temer confirma pacote de concessões no dia 13

Temer disse que o calendário continua inalterado e o governo apresentará os projetos que serão concedidos à iniciativa privada em 13 de setembro
Estadão Conteúdo
Publicado em 04/09/2016 às 16:15
Temer disse que o calendário continua inalterado e o governo apresentará os projetos que serão concedidos à iniciativa privada em 13 de setembro Foto: Foto: GREG BAKER / AFP


O clima político não altera o plano do governo de anunciar em 13 de setembro o pacote de concessões para a iniciativa privada. A data foi citada pelo presidente Michel Temer em entrevista após o primeiro dia da reunião das 20 maiores economias do mundo, o G-20. O presidente diz que a intenção de privatizar e conceder projetos à iniciativa privada "está em pé"

Temer disse que o calendário continua inalterado e o governo apresentará os projetos que serão concedidos à iniciativa privada em 13 de setembro. O trabalho, disse Temer, está sendo liderado pelo secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco - que levanta os projetos que serão concedidos - e pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles - que avalia quais ativos poderão ser vendidos à iniciativa privada.

Objetivo é promover ajuste estrutural de gastos em 20 anos

O presidente Michel Temer usou o discurso de abertura da reunião de cúpula das 20 maiores economias do mundo para afirmar que as reservas internacionais e o regime de câmbio flutuante dão ao Brasil espaço para enfrentar eventual redução da liquidez global.

Para Temer, o Banco Central tem agido de forma "decisiva" para levar a inflação de volta à meta e cita que o preço das commodities, a política monetária "de alguns países desenvolvidos" e a volatilidade do mercado são elementos que têm "merecido especial atenção" do governo brasileiro.

Aos demais países do G-20, Temer afirmou no discurso de abertura do encontro na China que o Brasil tem ferramentas para enfrentar eventual mudança na liquidez global. "As reservas internacionais do Brasil permanecem elevadas, em patamar próximo de US$ 372 bilhões. Isso, conjuntamente com um sistema de câmbio flutuante, proporciona margem de manobra suficiente para o Brasil enfrentar cenários adversos de redução da liquidez internacional", disse Temer.

O presidente não citou, mas analistas temem que países emergentes sofram com a esperada elevação do juro nos Estados Unidos - que é esperada para acontecer nos próximos meses, provavelmente até o fim do ano. O discurso de Temer foi feito em sessão fechada e distribuído pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.

Com foco especialmente na economia, Temer citou ainda que o governo brasileiro tem acompanhado especialmente três temas que "têm merecido nossa especial atenção". Para o Brasil, os assuntos mais importantes no radar são: 1) a evolução dos preços das commodities; 2) os reflexos sobre os mercados das "políticas monetárias de alguns países desenvolvidos" e 3) a volatilidade dos mercados financeiros em meio a fatores como a instabilidade geopolítica e terrorismo.

Mesmo com os eventuais riscos no radar, Temer elogiou o trabalho do Banco Central. "Na condução da política monetária, o BC brasileiro tem atuado de forma decisiva para trazer a inflação para o centro da meta".

Sobre as prioridades no Brasil, Temer repetiu discurso de que "o desafio econômico mais urgente é de ordem fiscal". "Nosso objetivo primordial é promover um ajuste estrutural dos gastos públicos num horizonte de 20 anos", disse ao citar a proposta de emenda constitucional que cria teto para o crescimento das despesas do governo.

Além disso, Temer mencionou no discurso de abertura de sua primeira reunião de cúpula do G-20 que o governo trabalha para a fixação de idade mínima para os aposentados e articula um programa de parcerias público-privadas para concessões. "Como reflexo desses esforços, já foi possível verificar uma positiva reversão de expectativas. É patente a elevação nos níveis de confiança dos agentes econômicos", disse Temer.

 

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