''Não se calará a Justiça'', diz Cármen Lúcia

A presidente do STF, Cármen Lúcia, lamentou a aprovação do projeto que torna crime o abuso de autoridade para juízes e procuradores, pela Câmara
ABr
Publicado em 30/11/2016 às 14:33
A presidente do STF, Cármen Lúcia, lamentou a aprovação do projeto que torna crime o abuso de autoridade para juízes e procuradores, pela Câmara Foto: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil


A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, divulgou uma nota na tarde de nesta quarta-feira (30) em que lamenta a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que torna crime o abuso de autoridade para juízes e procuradores.

A proposta foi aprovada durante a madrugada pelos deputados, como emenda às medidas de combate à corrupção, propostas pelo Ministério Público e aprovadas nessa terça-feira (29) com diversas alterações no plenário da Câmara.

“A presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, reafirma seu integral respeito ao princípio da separação dos poderes. Mas não pode deixar de lamentar que, em oportunidade de avanço legislativo para a defesa da ética pública, inclua-se, em proposta legislativa de iniciativa popular, texto que pode contrariar a independência do Poder Judiciário”, diz a nota.

A presidente do STF disse que a democracia depende de poderes fortes e independentes

Cármen Lúcia destacou que o estatuto constitucional da magistratura já prevê a responsabilização de juízes por seus atos e que a democracia depende de poderes fortes e independentes. Ela afirmou que o Judiciário “vem cumprindo seu papel” constitucional como guardião da Constituição e da democracia.

“Já se cassaram magistrados em tempos mais tristes. Pode-se tentar calar o juiz, mas nunca se conseguiu, nem se conseguirá, calar a Justiça”, destacou a ministra.

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