Um processo que ameaça a permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL) na Presidência do Senado Federal abriu nesta sexta-feira (2) uma "guerra de versões" entre os ministros Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli. Na prática, a lentidão do STF em concluir o julgamento sobre o veto de réus na linha sucessória da Presidência da República beneficia Renan, que se tornou nesta quinta-feira (1º) réu por peculato e é o segundo na linha sucessória do presidente Michel Temer.
Procurado pela reportagem, o gabinete de Marco Aurélio apresentou uma outra versão e afirmou que o processo é eletrônico, não dependendo, portanto, de deslocamento físico ou formal.
"Os ministros têm acesso automático, antes mesmo de ser liberado, pelo relator, para julgamento", rebateu o gabinete de Marco Aurélio, que foi surpreendido pela nota de Toffoli.
Em meio à "guerra de versões" dos ministros, a Rede - que ajuizou a ação - informou que conta com o apoio da sociedade, "que deve manter a pressão para que o processo possa continuar caminhando".
O prazo regimental para a devolução do pedido de vista de Toffoli se encerra no dia 21 de dezembro. No entanto, auxiliares do STF destacam que tradicionalmente os prazos não são cumpridos à risca pelos ministros.