Jorge Luz e o filho dele Bruno Luz, investigados por pagamento de propinas a senadores e políticos, foram presos nesta sexta-feira (24) nos Estados Unidos, informou a Polícia Federal (PF), no mais recente capítulo da Lava Jato.
"Podemos confirmar que Jorge Luz e Bruno Luz foram presos nos Estados Unidos pela polícia migratória deste país", indicou a PF.
Segundo a imprensa, a operação que levou à prisão de pai e filho aconteceu em Miami, onde a dupla havia sido vista pela última vez.
Ambos eram alvos de uma mandado de prisão da Interpol e foram detidos por omitir informações às autoridades migratórias americanas, segundo a PF.
Jorge e Bruno Luz tem chegada prevista para as 8h deste sábado (25) no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília.
Os advogados dos investigados protocolaram nesta sexta uma petição informando à Justiça Federal sobre o retorno de ambos. Eles são os principais alvos desta fase da Lava Jato, batizada de “Blackout”, em referência ao sobrenome dos investigados. Eles vão responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Jorge e Bruno Luz são investigados por pagar propinas no valor total de 40 milhões de dólares a senadores do PMDB, do presidente Michel Temer, entre outros políticos, como parte do Petrolão.
O procurador Diogo Castor de Mattos declarou na quinta-feira que "o dinheiro da propina era destinado a atores políticos (...) dinheiro de corrupção, subornos, para enriquecimento pessoal de políticos. São pessoas que ainda ocupam seus cargos, que gozam de privilégios, senadores, principalmente".
De acordo com as investigações, os Luz eram o elo entre as empresas que assinavam contratos com a Petrobras e os executivos da companhia que autorizavam as obras e depois distribuíam os fundos.
A principal atuação destes operadores era na área internacional da Petrobras, identificada por Diogo como indicações do PMDB, partido de Temer, vinculado ao esquema político montado para dividir os negócios da empresa e desviar dinheiro público.
Em uma declaração pública, o presidente do PMDB, o senador Romero Jucá, afirmou que "aqueles que estão envolvidos nesta operação não estão relacionados com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB".