Durante o depoimento realizado na tarde da última quarta-feira (1) à Justiça Eleitoral, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou que a Odebrecht, empresa da qual foi presidente, utilizou a cervejaria Itaipava, do grupo Petrópolis, como 'laranja' no pagamento de doações de campanha de políticos que deveriam ser, originalmente, da empreiteira. As informações são do blog de Fausto Macedo, do Estadão.
As afirmações feitas por Odebrecht corroboram com as investigações realizadas pela Lava Jato de que a cervejaria foi utilizada como uma intermediária para encaminhar dinheiro a partidos políticos. Segundo informações do site Uol, uma tabela apreendida pela Polícia Federal lista pagamentos a 19 partidos pelo que foi chamado de "parceiro IT", em um valor de R$ 19,7 milhões de reais. Investigações apontam que um esquema envolvendo a Odebrecht e a Itaipava teria movimentado R$ 117 milhões de reais.
Em dezembro do ano passado, de acordo com a Revista Istoé, executivos da Odebrechet, em seu acordo de delação premiada, abordaram detalhes de sua relação com a família Faria, proprietária do Grupo Petrópolis. Durante as negociações para o acordo, Luiz Eduardo Soares, o Luizinho, funcionário do Setor de Operações Estruturadas, classificado como o departamento da propina da empreiteira, prometeu contar como a Odebrecht injetou cerca de R$ 100 milhões em uma conta operada pelo contador do Grupo Petrópolis no Antígua Overseas Bank (AOB) e construiu fábricas em troca de dinheiro no Brasil disponível para campanhas eleitorais e pagamento de propina para agentes públicos.
Em resposta ao Estadão, o grupo Petrópolis afirmou que "todas as doações realizadas pelo grupo seguiram estritamente a legislação eleitoral e estão devidamente registradas".