O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a citação do ministro Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, para que possa se manifestar a respeito dos recursos impetrados pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade contra a decisão do ministro do STF que assegurou a validade da posse do ministro de Estado.
O decano do STF incluiu Moreira Franco como "litisconsorte passivo necessário", ou seja, tornou o ministro parte nas ações porque será afetado diretamente na decisão tomada.
A decisão de Celso de Mello de indeferir os pedidos dos partidos contra a posse de Moreira Franco foi tomada no dia 14 de fevereiro. Um dia após a decisão, Celso afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que deve levar a discussão para o plenário da Corte se houvesse recursos. O PSOL levou três dias para recorrer, e a Rede, cinco. Desde então se passou um mês.
Celso de Mello também deverá aguardar uma manifestação da Procuradoria-Geral da República e da Advocacia-Geral da União antes de tomar qualquer decisão sobre o agravo regimental.
Os partidos argumentam que a nomeação - feita quatro dias após a homologação das delações da Odebrecht - teria o propósito de impedir a investigação contra o ministro na primeira instância. Com a nomeação, Moreira Franco passou a ter foro privilegiado, ou seja, só poderá ser processado pelo Supremo Tribuno Federal.
Moreira Franco é alvo de pelo menos um inquérito na nova lista do Janot - que pediu 83 inquéritos ao Supremo, com base nas delações da Odebrecht. O ministro foi citado em delações da Odebrecht com a alcunha de "Angorá" na planilha da empreiteira. A delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, traz 30 menções ao peemedebista.