PRF apreende R$ 10 milhões em joias no esquema de Cabral

Empresa que fornece as joias é citada na Operação Calicute, que investiga o esquema de propinas chefiado pelo ex-governador
Estadão Conteúdo
Publicado em 07/04/2017 às 14:00
Empresa que fornece as joias é citada na Operação Calicute, que investiga o esquema de propinas chefiado pelo ex-governador Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil


A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu R$ 10,5 milhões em joias, na noite dessa quinta-feira (6) na Rodovia Presidente Dutra, próximo a Itatiaia (RJ). As joias estavam armazenadas em oito estojos compactos e não tinham notas fiscais. O motorista do veículo, um homem de 50 anos, que não teve o nome revelado, informou que tanto o carro quanto as joias pertencem à empresa Sara Joias.

A joalheria é citada na Operação Calicute, que investiga o esquema de propinas chefiado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), segundo denúncia do Ministério Público Federal (MPF). O ex-governador e a mulher, Adriana Ancelmo, são acusados de comprar joias sem nota fiscal como forma de lavar o dinheiro desviado.

A PRF fazia uma fiscalização de rotina, no km 319 da Rodovia Presidente Dutra, quando o motorista de um carro Jetta foi parado. As joias foram encontradas escondidas na blindagem do veículo. Aos agentes, o condutor do carro disse que apresentaria a documentação comprovando a propriedade das joias, mas isso não ocorreu.

Nos estojos, havia gargantilhas, brincos, pulseiras e cordões. Uma das joias tinha etiqueta com valor de R$ 1 milhão. O condutor do veículo foi enquadrado por crime contra a ordem tributária. Procurada, a Sara Joias informou que não iria se manifestaria sobre a apreensão.

Joalherias

As joalherias Sara Joias, Antonio Bernardo e H. Stern são investigadas por vender joias a Cabral e Adriana Ancelmo sem notas fiscais. As empresas chegaram a criar um sistema de compensação paralela, em que cheques do casal eram trocados por dinheiro, como forma de não deixar rastros das compras. A direção da H. Stern fechou acordo de delação premiada, conforme adiantou o Estadão, na quinta-feira (6). Os diretores vão prestar serviços à comunidade, além de pagar multa de R$ 18,9 milhões.

 

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