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OAB critica MEC por autorizar curso de tecnólogo em serviços jurídicos

Ministério da Educação (MEC) homologou parecer que autoriza o funcionamento de curso superior de tecnologia em serviços jurídicos
Agência Brasil
Publicado em 24/04/2017 às 11:46
Ministério da Educação (MEC) homologou parecer que autoriza o funcionamento de curso superior de tecnologia em serviços jurídicos Foto: Foto: Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)


O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, criticou a homologação do Ministério da Educação ao parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que autoriza o funcionamento de curso superior de tecnologia em serviços jurídicos. O parecer havia sido aprovado em 15 de fevereiro deste ano pelo CNE e encaminhado para homologação do MEC.

“O ministério da educação patrocina mais um verdadeiro estelionato educacional ao permitir a criação dos cursos de tecnólogo e técnico em Serviços Jurídicos. O MEC mais que se distancia de sua função de zelar pelo rigoroso padrão de qualidade do ensino, abre caminho para a criação de uma classe indefinida de profissionais, criando problemas ainda mais sérios às centenas de milhares de bacharéis em Direito que hoje formam-se e não encontram posição favorável no mercado de trabalho”, afirmou Lamachia, nesta quinta (20), durante a abertura do XXXIX Encontro Nacional de Presidentes de Caixas de Assistência do Brasil (Concad), em Recife. 

O presidente da OAB diz ainda que procurou a Presidência da República para se manifestar contra a abertura dos cursos. “É preciso garantir a qualidade da formação dos bacharéis em direito. Os cursos técnicos e tecnólogos não são habilitados a formar bacharéis em direito, como já ficou claro em tentativas anteriores de autorizar esse tipo de curso”, ressaltou. 

Resposta

Em resposta ao posicionamento da OAB, o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular, que representa as instituições educacionais, enviou um ofício nesta terça (18) ao presidente Michel Temer e ao Ministério da Educação, no qual posicionou-se a favor da homologação do parecer aprovado pelo CNE.

As entidades afirmam que "nem toda formação no mundo jurídico está sob a batuta do advogado, havendo diversas áreas cartoriais administrativas, por exemplo, em que o profissional tecnólogo pode desempenhar suas atividades". As entidades também argumentam que o Novo Código de Processo Civil assegura ao advogado credenciar qualquer pessoa para retirada dos autos do cartório ou da secretaria, "tarefa que pode perfeitamente ser desempenhada pelo tecnólogo".

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