Presidente nacional do PSB diz que João Doria age com canalhice

Carlos Siqueira fez um discurso em que ressaltou que socialistas devem se posicionar à esquerda
Da editoria de Política
Publicado em 24/04/2017 às 19:19
Carlos Siqueira fez um discurso em que ressaltou que socialistas devem se posicionar à esquerda Foto: Gabriela Biló/Agência Estado


A relação entre PSB e PSDB nos últimos anos ficou mais estreita, mas nesta segunda-feira, durante a abertura de um seminário para prefeitos filiados à legenda socialista, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, criticou um dos principais tucanos em evidência, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Em seu discurso para os prefeitos e vice-prefeitos participantes do evento, realizado em Brasília, Carlos Siqueira questionou o discurso utilizado por Dória na campanha municipal e a postura do integrante do PSDB após ter assumido o posto de prefeito.

"Antes de vocês serem administradores, vocês são políticos. Essa canalhice de dizer que não é político para disputar a eleição é canalhice", disse, referindo-se à principal linha do discurso de João Doria, que construiu sua imagem na campanha renegando ser um político profissional.

Ainda referindo-se a João Doria, Carlos Siqueira lembrou uma das primeiras ações do prefeito de São Paulo ao assumir a administração da capital paulista.

"Bota uma farda de gari e vai para a rua, mas nunca varreu nem a calçada da casa. É canalhice do senhor Doria, de quem faz isso, de quem é político e diz que não é político. Somos políticos e nos orgulhamos de sermos políticos. Política é a mais nobre atividade que se pode exercer na humanidade. E político socialista é mais nobre ainda porque tem ideais nobres, que vão alem de um governo", afirmou.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?

Em 2014, depois que Eduardo Campos morreu em um acidente aéreo e Marina Silva (hoje na Rede) ficou fora do segundo turno, o PSB resolveu apoiar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) contra a então presidente Dilma Rousseff (PT).

A relação entre as duas legendas, no entanto, não começou nesse período. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) tem como vice Márcio França, que é um das principais lideranças do PSB.

Recentemente, cogitou-se até que Alckmin poderia deixar o PSDB para se filiar ao PSB e assim concorrer à presidência da República. O governador de São Paulo, que foi o fiador principal da candidatura de Doria, tem uma boa relação com as principais lideranças socialistas.

Apesar dessa aproximação entre as duas legendas, Carlos Siqueira enfatizou que o PSB é um partido de esquerda.

"O importante é não perder o rumo. O importante é saber para onde queremos nos conduzir. Eu tenho sido muito procurado. Me desculpem, isso aqui é quase uma prestação de contas, mas também um desabafo porque nesses últimos meses, com tudo o que está acontecendo em nosso País, me procuram CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Federação dos Economistas, Clube de Engenharia, movimentos sindicais e populares e muitos dizem assim 'eu não estou entendendo o que está acontecendo com o PSB'. Vamos ser sinceros. Eu tenho que dizer isso a vocês. Eu não estou entendendo como todos nós, que sempre estivemos juntos desde que o PSB foi criado, e agora estamos ao lado da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). Eu digo nós, não. Vamos ter que decidir isso. Não podemos. Eu pergunto, como dizia aquele filme. O que é isso, companheiro? Para onde nós vamos?", discursou.

Presidente do diretório do PSDB de São Paulo rebate

Em resposta enviada ao Jornal do Commercio nesta terça-feira (25),presidente do Diretório Estadual do PSDB de São Paulo, Pedro Tobias, não deixou barato. 

"Canalha é quem se alia ao Lula para trair o Brasil e o seu povo. Canalha é quem se vender por dinheiro e facilidades. Canalha é quem não apoia as reformas que podem fazer o país crescer e recuperar empregos", disparou.

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