Um dia após o PSB fechar questão contra as reformas da Previdência e Trabalhista, o governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional da legenda, divulgou uma nota afirmando ser favorável à reforma Previdenciária. No texto, o socialista afirmou que discorda da decisão tomada pelos correligionários.
Na nota, Paulo Câmara diz que a reforma da Previdência é necessária, mas pontua que a proposta do governo federal não pode atingir os mais vulneráveis a exemplo dos trabalhadores rurais do Nordeste. O texto enviado pela assessoria de imprensa do governador ainda destaca que é preciso mais diálogo para se avançar em relação às mudanças na estrutura previdenciária do País.
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O governador autorizou a divulgação da nota diretamente de Brasília, onde está para um encontro com o presidente Michel Temer (PMDB), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e outros governadores do País. Nesse encontro, as reformas que a gestão peemedebista pretende fazer são o tema principal.
Paulo Câmara e Temer também iriam se reunir nesta quinta-feira, em Suape, mas a passagem do presidente da República por Pernambuco foi cancelada. Nos bastidores, especula-se que a decisão do peemedebista é uma retaliação à postura do PSB.
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Nesta terça-feira, o vice-governador Raul Henry (PMDB), que é bastante próximo a Temer, afirmou à coluna Pinga Fogo, que é favorável à reforma da Previdência.
Já o deputado Danilo Cabral (PSB), que foi secretário de Planejamento do governo Paulo Câmara, conversou com a equipe da Rádio Jornal e enfatizou que o partido faz bem ao se posicionar contra as reformas da Previdência e Trabalhista. O parlamentar garantiu que a bancada federal do PSB não teme represálias do governo federal.
"O Brasil necessita de uma Reforma da Previdência, excluindo mudanças que prejudiquem os mais vulneráveis, como os trabalhadores rurais, especialmente os do Nordeste.
Mais uma vez, infelizmente, podemos pagar o preço de uma discussão superficial, que não avalia corretamente o impacto que a ausência dessa reforma terá sobre o futuro do Brasil.
O Governo não dimensionou corretamente a reação contrária à Reforma, ao enviar uma proposta ao Congresso Nacional antes de estabelecer diálogo com setores importantes da sociedade, que poderiam ter evitado esse desgaste atual.
É verdade que as alterações promovidas pelo Governo na proposta original foram importantes, corrigiram problemas evidentes, mas ainda necessita de mais diálogo.
A decisão do PSB reflete muito essas questões. Respeito a posição tomada pelo partido, mas continuo defendendo a manutenção do diálogo. Por isso, entendo precipitado e discordo do fechamento de questão sobre a votação da Reforma da Previdência.
Insisto: sem diálogo será impossível o Brasil superar os atuais desafios nacionais".
Paulo Câmara
Governador de Pernambuco