A advogada Adriana Ancelmo, ex-primeira-dama do Rio, afirmou nesta quinta-feira (27), ao juiz federal Sérgio Moro que seu relacionamento com Sérgio Cabral "é matrimonial, não é econômico-financeiro".
Ela disse isso quando questionada pelo procurador da República Athayde Ribeiro Costa sobre o elevado padrão de vida da família Cabral, segundo aponta investigação da Lava Jato.
Ela e Sérgio Cabral são réus em ação penal sobre suposta propina de R$ 2,7 milhões que teriam sido pagos ao ex-governador em um contrato de terraplanagem das obras do Complexo Petroquímico do Rio.
Na audiência, o procurador insistiu nas perguntas sobre os gastos da família que seriam superiores a R$ 100 mil mensais. "Eu não tenho conhecimento dos gastos da família. Sei que Sérgio ajudava os outros filhos, mas eu sequer posso afirmar que sejam esses valores."
O procurador destacou que uma testemunha citou despesas mensais superiores a R$ 100 mil. Adriana disse que o salário do marido como governador era em torno de R$ 20 mil e que ele tinha participação em uma empresa de consultoria.
"Ele tinha empresa, eu não sei exatamente quando ela deixou de existir. Ele exercia lá a consultoria e eu não tenho detalhes. Durante o mandato dele certamente recebia dividendos dessa empresa."
O procurador seguiu. "Ele (Cabral) recebia 20 mil reais como governador, quanto estima que recebia dessa empresa?"
"Eu não tenho a menor ideia, jamais tratei desse assunto com o Sérgio."