Perguntas de Moro a Lula duraram 3 horas e 20 minutos

Moro foi o primeiro a realizar perguntas para Lula. Ex-presidente também responderá questionamentos do MPF e da Procuradoria
Estadão Conteúdo
Publicado em 10/05/2017 às 18:42
Foto: HEULER ANDREY / AFP


O interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz federal Sérgio Moro durou cerca de 3 horas e 20 minutos. O petista presta depoimento nesta quarta-feira (10) em ação penal sobre o triplex 164-A, no Guarujá (SP).

Moro foi o primeiro a fazer perguntas a Lula, a partir de 14h20, aproximadamente. Durante as quase 3h20, houve um intervalo de cerca de 10 minutos em que as partes puderam se servir de água e café.

Após o juiz da Lava Jato, foi a vez de o Ministério Público Federal dar início a seus questionamentos, já por volta das 17h40. Depois da Procuradoria da República, os advogados das partes poderão fazer questionamentos. E ao final da audiência, o juiz da Lava Jato pode voltar a fazer perguntas ao réu.

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A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012. As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá (SP), e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

 

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Triplex

O Edifício Solaris era da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi presidente da Bancoop.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia (morta em 2017) assinou Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu "uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico", atual Solaris, em abril de 2005.

Em 2009, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.

Segundo a defesa de Lula, a ex-primeira-dama não exerceu a opção de compra após a OAS assumir o imóvel. Em 2015, Marisa Letícia pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento.

Bens

A Lava Jato afirma que a OAS pagou durante cinco anos pelo aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Lula quando o petista deixou o Palácio do Planalto no segundo mandato. A empreiteira desembolsou entre janeiro de 2011 a janeiro de 2016, R$ 1,3 milhão pelos contêineres, ao custo mensal de R$ 22.536,84 cada.

Toda negociação com a transportadora Granero teria sido intermediada pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, que indicou a OAS como pagante com o argumento de que a empreiteira é uma "apoiadora do Instituto Lula." Para investigadores da Lava Jato, os fatos demonstram "fortes indícios de pagamentos dissimulados" pela OAS em favor de Lula. Isso porque o contrato se destinava a "armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda", mas na verdade os guarda-móveis atendiam a Lula.

HEULER ANDREY / AFP
Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se concentram em Curitiba - HEULER ANDREY / AFP
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Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se concentram em Curitiba - HEULER ANDREY / AFP
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Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se concentram em Curitiba - HEULER ANDREY / AFP
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Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se concentram em Curitiba - HEULER ANDREY / AFP
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Depoimento de Lula terá início às 14h - HEULER ANDREY / AFP
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Depoimento de Lula terá início às 14h - HEULER ANDREY / AFP
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Depoimento de Lula terá início às 14h - HEULER ANDREY / AFP
Foto: Maiara Melo/CUT
Metalúrgicos de Pernambuco demonstram apoio ao ex-presidente em Curitiba - Foto: Maiara Melo/CUT
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Em faixa, militantes do PT pedem liberdade para Palocci, Zé DIrceu e João Vaccari - Foto: Maiara Melo/CUT
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Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se concentram em Curitiba - Foto: Maiara Melo/CUT
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Manifestantes favoráveis ao ex-presidente se concentram em Curitiba - Foto: Maiara Melo/CUT
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Um boneco de Olinda de Lula foi levado para o ato dos manifestantes - Foto: Maiara Melo/CUT
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Cartazes contra o ex-presidente foram espalhados pela cidade - Foto: MBL
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Lula chegou por volta das 10h à capital paranaense - Foto: reprodução/Globo News
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Depoimento de Lula a Moro durou quase cinco horas - Foto; reprodução
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Após depoimento, Lula foi ao ato realizado pelos seus apoiadores em Curitiba, nesta quarta (10) - Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
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