O ato contra as reformas Trabalhista e da Previdência, propostas pelo governo Temer, reúne em Brasília, na tarde desta quarta-feira (24), parlamentares de partidos da oposição, centrais sindicais e movimentos sociais. A marcha, que segundo estimativa da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal atrai pelo menos 25 mil pessoas, atravessa a Esplanada dos Ministério em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, muitos manifestantes entraram em confronto com a polícia. Houve o registro de incêndio no prédio do Ministério da Agricultura, e a ordem, por parte do governo, para evacuação do setor ministerial.
Confusão na Esplanada se acentua. PM usa bombas e spray de pimenta contra trabalhadores que protestavam contra reformas #OcupaBrasilia pic.twitter.com/vqgYHNIeLa
— George Marques (@GeorgMarques) 24 de maio de 2017
A Polícia Militar fez um bloqueio na entrada da Esplanada dos Ministérios, no eixo monumental, para negociar com os manifestantes da marcha das centrais sindicais a passagem dos carros de som que acompanham o protesto contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer. Os manifestantes também são revistados pela PM na entrada da Esplanada para evitar que ingressem no local com objetos cortantes ou perfurantes.
Entre os políticos presentes estão os senadores Lindbergh Farias (RJ), Paulo Rocha (PA) e Gleisi Hoffman (PR), todos do PT, e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Bombas foram arremessadas pela polícia, enquanto pedras e pedaços de madeira foram jogados pelos manifestantes que não puderam avançar em direção ao Congresso. O clima na manifestação começou a ficar tenso à medida que aumentava o enfrentamento. Um grupo de pessoas chegou a tocar fogo em parte da estrutura externa do Ministério da Agricultura, e todo os demais prédios ministeriais foram evacuados.
A expectativa dos organizadores é de que a manifestação cresça ao longo do dia e em seu ápice, por volta de 16 horas, reúna cerca de 100 mil pessoas.
A Secretaria de Segurança e da Paz do Distrito Federal esclareceu que a manifestação não poderá chegar até a Praça dos Três Poderes e ficará restrita ao quadrilátero da região da Esplanada dos Ministérios, desde a Catedral à Alameda das Bandeiras, que fica em frente à entrada principal do Congresso Nacional.
Mais cedo, responsáveis pela segurança do Palácio do Planalto informaram que o protesto poderia chegar até a frente do Planalto. Segundo a Secretaria de Segurança do DF, entretanto, no mês passado 48 órgãos do Distrito Federal, Congresso e governo, assinaram um protocolo para "grandes protestos" e estabeleceram a delimitação do espaço.
"A área é uma delimitação prevista no Protocolo Tático Integrado (PrTI), assinado, mês passado, por 48 órgãos do Distrito Federal, Congresso Nacional e Governo, não será permitida a presença de manifestantes na Praça dos Três Poderes. O protocolo estabelece esse espaço para os protestos de grande concentração público em Brasília", explicou uma nota divulgada pela entidade.
O sistema de segurança da capital federal, formado pelas Forças Armadas e pelas polícias, mantinha no Planalto, segundo informaram os guardas à reportagem, a decisão de permitir que a manifestação desta quarta contra o presidente Michel Temer ocupasse a Praça dos Três Poderes, área que, no processo de impeachment de Dilma Rousseff, no ano passado, ficou fechada nos dias mais críticos dos protestos.
Interlocutores do presidente Michel Temer estão, por enquanto, evitando comentar as manifestações e dizem que é preciso esperar para ver a sua adesão e força para comentar o impacto no governo Apesar disso, auxiliares reconhecem que, a depender da magnitude dos atos desta quarta, o desgaste político do governo - que está em crise - pode aumentar.