Um dos donos da empresa JBS, o empresário Joesley Batista, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (16), no âmbito do inquérito que apura os crimes de corrupção, obstrução à justiça e organização criminosa por parte do presidente Michel Temer. Segundo a defesa do empresário, à polícia, Joesley apenas confirmou o que já havia dito em delação premiada. A versão do dono da JBS se opõe às informações apresentadas por Eduardo Cunha, em depoimento prestado na mesma ação nessa quarta-feira (14).
Conforme afirma a defesa de Joesley ao portal G1, o empresário "reforçou a verdade dita no depoimento por ocasião da colaboração, apenas a verdade dos fatos, ou seja, confirmou o que já foi dito e provado". Além do envolvimento do presidente o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), em sua delação, Joesley afirmou que Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao doleiro Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados.
No depoimento prestado nessa quarta, Eduardo Cunha disse que seu silêncio "nunca esteve à venda" e afirmou jamais ter fechado com Michel Temer qualquer tipo de negociação para se manter calado. O deputado recebeu 47 perguntas, mas se ateu a responder apenas as relacionados ao caso Temer.
No mesmo dia que Cunha, Lúcio Funaro, dolerio do PMDB, confirmou à PF, segundo O Globo, que Michel Temer tinha conhecimento dos pagamentos de caixa 2 feitos ao partido. Ex-presidente da legenda, Temer teria conhecimento de todo o esquema de pagamento ilícito para financiar campanhas, conforme teria revelado o doleiro ao fala à polícia no âmbito da Operação Patmos.
Todo o conteúdo dos depoimentos deverão ser usados pelo Ministério Público para apresentar a denúncia contra Michel Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Rodrigo Janot deve atrasar a entrega do documento para a útima semana de junho. Para ser aceita no Supremo, a denúncia precisa antes ser aprovada na Câmara dos Deputados, que já anuncia a suspensão do recesso parlamentar para adiantar a votação.