O taxista Daniel Rosa Pile, que transportou o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), em São Paulo, em 28 de abril, contou à Polícia Federal que o ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) relatou ter ido à pizzaria pegar 'a mala de um amigo'. Naquela noite, Rocha Loures foi filmado pela PF saindo apressado do estacionamento de uma pizzaria nos Jardins, carregando uma mala preta com R$ 500 mil em dinheiro vivo da JBS.
Rocha Loures está preso desde 3 de junho por ordem do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado é investigado na Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato.
As imagens mostram Rocha Loures desconfiado, olhando para os lados, em direção a um táxi que o aguardava na Rua Pamplona, com o porta-malas aberto. O taxista que pegou a corrida naquele dia narrou que o ex-deputado entrou no carro em direção ao Aeroporto de Congonhas, mas pediu para fazer duas paradas no caminho.
"O cliente não trazia consigo nenhuma mala quando iniciou a corrida; que depois que a corrida se iniciou houve uma primeira parada em uma Pizzaria na Rua Pamplona; que recorda-se de o cliente ter dito que teria que parar na pizzaria para pegar 'a mala de um amigo'; que o cliente estava com pressa porque precisava ir para o aeroporto", contou o taxista.
Segundo o motorista, Rocha Loures desceu do táxi nas proximidades da pizzaria e 'retornou com uma mala de viagem', que foi 'colocada no porta-malas do táxi pelo próprio cliente'.
"Na sequência, o cliente pediu para ir a um segundo endereço para buscar sua própria mala de viagem", narrou. "Nesta segunda parada, o cliente pegou a mala que estava no porta-malas, entrou no prédio e pediu para o declarante (taxista) esperar; que depois de alguns minutos, o cliente retornou do prédio com outra mala e a colocou no porta-malas; que na sequência foram rumo ao Aeroporto de Congonhas onde o cliente foi desembarcado."
O taxista disse à PF não sabia que o cliente era Rodrigo Rocha Loures. A PF mostrou uma foto de Rocha Loures, que foi reconhecido 'como o cliente daquela noite'.
"Não notou nervosismo no cliente, além da pressa em razão do horário do voo", relatou.